Em um discurso belicoso carregado de teorias conspiratórias, o CEO daAssociação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês),Wayne LaPierre, acusou nesta quinta-feira, 22, os que defendem um aumento do controle de armas nos Estados Unidos de quererem instalar o “socialismo europeu” no país e acabar com as liberdades fundamentais previstas na Constituição. Segundo LaPierre, o acesso a armas é um direito dado “por Deus” a todos os americanos e não pode ser tirado pelos homens.
As declarações foram feitas após uma semana de silêncio em relação ao massacre da Escola Secundária de Parkland, na Flórida, que deixou ao menos 17 mortos.
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LaPierre deixou claro que não está disposto a aceitar restrições ao seu exercício e conclamou os integrantes da NRA a defender a 2.ª Emenda da Constituição, que trata da questão das armas.
O CEO da entidade disse ainda que os proponentes de leis mais rigorosas são “oportunistas” que fazem uso político de uma tragédia. Os mais ativos defensores de mudanças na última semana foram os alunos que sobreviveram ao massacre de 17 pessoas em uma escola secundária da Flórida.
Em discurso durante conferência de conservadores em Washington, LaPierre propôs o aumento da segurança nas escolas e o uso de mais armas. “Para parar um cara mau com uma arma é preciso um cara bom com uma arma.”
Antes dele, a porta-voz da NRA, Dana Loesch, disse que a imprensa tradicional se beneficia quando ocorre um ataque a tiros em massa. “Muitos na mídia tradicional amam ataques em massa”, afirmou Loesch. “Vocês amam a audiência. Mães brancas chorando são ouro para melhorar a audiência”, afirmou a porta-voz.
Ao longo da semana, pais das vítimas do massacre e colegas de escola dos estudantes mortos têm pressionado o presidente americano, Donald Trump, por um controle mais rígido da venda de armas nos Estados Unidos.
Trump sinalizou aceitar algum grau de reforma, como o veto ao dispositivo que transforma fuzis semiautomáticos em automáticose elevar a idade mínima para a comprar de armas.
Mas, nesta quinta-feira, após se reunir com famílias das vítimas, ele defendeu que professores com treinamento militar carregassem armas de fogo em sala para proteger os estudantes.