Número 2 do chavismo diz que chanceler escolhida por Macri é da CIA

Diosdado Cabello criticou as declarações de Susana Malcorra à imprensa argentina, em que se diz favorável ao estabelecimento de um acordo de livre comércio com os Estados Unidos

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CARACAS - O presidente do Parlamento da Venezuela e número dois do chavismo, Diosdado Cabello, afirmou na noite de quarta-feira que a futura chanceler da Argentina, Susana Malcorra, faz parte da Agência Central de Inteligência americana (CIA).

“Ela esteve aqui, a recebi em meu escritório, é a CIA mesmo, ela foi nomeada como chanceler pelo senhor (Mauricio) Macri”, disse Cabello durante seu programa semanal de televisão.

Diosdado Cabello, número dois do chavismo Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins

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O deputado criticou as declarações de Malcorra à imprensa argentina, em que se diz favorável ao estabelecimento de um acordo regional de livre comércio com os Estados Unidos.

“Não me intrometo nos assuntos internos da Argentina, mas isso afeta a todos nós, ter que reviver a Alca (Área de Livre Comércio das Américas)”, expressou Cabello.

O titular da Assembleia Legislativa se referia ao acordo proposto durante os anos 1990, ao qual se opuseram fervorosamente os falecidos presidentes da Argentina, Néstor Kirchner, e da Venezuela, Hugo Chávez.

Em declarações à imprensa argentina em Caracas, Malcorra afirmou que “não é uma palavra ruim enquanto encontramos uma ligação com a Alca de forma que nos beneficie”.

Referindo-se ao Mercosul, do qual fazem parte Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela, a ex-chefe de gabinete do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que tinha que trabalhar “com uma visão de maior projeção”. “Obviamente, a Alca é uma alternativa.”

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Macri, que assumirá oficialmente a presidência na Argentina nesta quinta-feira, 10, voltou atrás em sua intenção de pedir ao Mercosul para aplicar a cláusula democrática contra a Venezuela diante dos resultados das eleições legislativas no país, em que a oposição venceu após 16 anos de domínio chavista.

O novo presidente havia anunciado que pediria a exclusão da Venezuela do bloco “por abusos e perseguição a opositores”, durante a próxima reunião do Mercosul, que ocorrerá em Assunção no dia 21 de dezembro. /AFP

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