O principal responsável pela vitória de Donald Trump se chama Brad Parscale – um empreendedor digital radicado em San Antonio, Texas, com 41 anos, 2,03 m de altura e uma barba hipster que lembra os partidários de Bernie Sanders. Parscale começou a trabalhar para as empresas Trump em 2011, com uma oferta irrisória para construir websites.
Aproximou-se do genro, Jared Kushner, e foi chamado a fazer o site da campanha presidencial em 2015. Cobrou apenas US$ 1.500. Sem experiência em política, foi convocado a comandar a alocação de anúncios digitais nas primárias. Só anunciava no Facebook. Começou com US$ 2 milhões. Desenvolveu um sistema imbatível de arrecadação de fundos e publicidade dirigida, alimentado por uma base de dados gigantesca, o Projeto Álamo. Reuniu preferências de dezenas de milhões de eleitores, com informações da campanha, do Partido Republicano e da Cambridge Analytica, empresa ligada ao estrategista Stephen Bannon. Usava ferramentas disponíveis no Facebook para dirigir anúncios a públicos específicos – mirava nos 13,5 milhões que tinham potencial de votar em Trump, mas também queria afastar das urnas negros, mulheres e outros grupos favoráveis a Hillary Clinton. Produziu até 175 mil variantes de anúncio num mesmo dia, a maioria destinada aos Estados críticos que decidiram a eleição, como Flórida, Ohio e Pensilvânia. Gastou no Facebook US$ 70 milhões por mês – e lá arrecadou US$ 250 milhões. “Minha lealdade é à família”, disse às vésperas da eleição à Bloomberg BusinessWeek. Contra todo ceticismo, já estava certo da vitória.
The Donald, original sem imitações Leva uma hora de maquiagem para o imitador John Di Domenico incorporar seu personagem mais célebre, Donald Trump. Convidado frequente de programas na TV e eventos corporativos, ele o imita há 13 anos (mais que todos os concorrentes), trabalhou todos os dias no ano passado e faturou mais de US$ 40 mil por mês no auge da campanha eleitoral, segundo perfil no jornal The Guardian.
Amigo que quer comprar a ‘Time’ O magnata dos tabloides David Pecker – que jamais foi jornalista – tem conseguido manter e expandir seu império de revistas de celebridades em meio à maior crise na história da imprensa. Não esconde o apoio (ou proteção) ao amigo Trump nas suas publicações, em especial na National Enquirer. Pecker é o principal candidato a comprar títulos em crise como Time, Fortune e People. “A ideia de Pecker, líder da Time Inc., como a de Trump, presidente dos Estados Unidos, era estapafúrdia – hoje é mais que possível”, escreve Jeffrey Toobin na New Yorker.
Renúncia em nome da coerência O diplomata David Rank negociou a saída dos Estados Unidos do Afeganistão, depois ocupou o segundo posto na embaixada americana de Pequim. Na falta de um embaixador nomeado por Donald Trump, era o mais graduado representante de seu país na China. Pois ele renunciou ao cargo e voltou para Washington assim que Trump anunciou a saída do Acordo de Paris. Era “moralmente errado”, disse.
A trollagem contra Sam Harris O filósofo e neurocientista Sam Harris, ateu militante e opositor da tolerância com muçulmanos radicais, foi alvo de perseguição nas redes sociais. Uma edição maldosa de seu podcast foi usada por adversários para acusá-lo de defender restrições à imigração de refugiados sírios em razão de atentados. “A interpretação mais caridosa é que os muçulmanos eminentes que difundiram o clipe foram intelectualmente preguiçosos”, escreveu Harris. “Já disse várias vezes que temos obrigação moral de deixar entrar tantos refugiados quantos conseguirmos selecionar.”