Obama precisa se afastar de mau acordo com Irã

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Por KEVIN e McCARTY
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O presidente Barack Obama deve ignorar a retórica de que seu legado depende de um acordo nuclear com Irã e estar preparado para rejeitar um pacto ruim. Há décadas, Ronald Reagan enfrentou um dilema similar nas conversações com a União Soviética em Reykjavik, na Islândia. Mesmo sabendo que qualquer acordo com os russos seria amplamente elogiado, Reagan recusou-se e só voltou à mesa de negociações mais tarde, assegurando um acordo melhor. Ele entendeu que o momento de abandonar as conversações é tão importante quanto entender quando iniciá-las. Notícias recentes sobre as negociações envolvendo o programa nuclear iraniano, combinadas com declarações de funcionários do alto escalão do governo, ofereceram sérias razões para nos preocuparmos no caso de três situações: a aparente disposição do governo de permitir ao Irã manter secretas suas atividades nucleares no campo militar, uma potencial suspensão das sanções que não estão relacionadas ao programa nuclear iraniano e uma aparente falta de insistência por parte dos negociadores americanos no sentido de que inspeções rigorosas façam parte de um eventual acordo.O secretário de Estado John Kerry afirmou recentemente que não procura responsabilizar especificamente o Irã pelo que realizou num determinado momento. Essas absurdas hesitações despertam preocupação no Congresso quanto à direção das negociações. Outro motivo de inquietação: Obama observou em abril que as sanções americanas impostas ao Irã em razão de seu apoio ao terrorismo, os abusos de direitos humanos e seu programa de mísseis balísticos continuariam a vigorar plenamente até um acordo final. Agora, de acordo com a Associated Press, a Casa Branca vem tentando redefinir todas as sanções para relacioná-las ao programa nuclear.O que mudou além do crescente desespero do governo para alcançar um acordo? Isso está preocupando seriamente todos aqueles no Congresso que entendem que essas sanções estão relacionadas a um amplo conjunto de atos abomináveis cometidos pelo Irã. Foram principalmente as sanções que levaram o Irã à mesa de negociações. As exportações de petróleo do país caíram para quase a metade em três anos. Qualquer acordo que implique um alívio das sanções não relacionadas ao tema nuclear será ruim. E também será um mau acordo confiar na palavra do regime de que não está enganando sobre os seus compromissos nucleares. Os inspetores internacionais precisam ter acesso a qualquer lugar e a qualquer tempo às instalações nucleares. O Congresso está atento para defender os interesses básicos de segurança nacional dos EUA. Esperemos que o presidente encontre o bom senso no exemplo de Reagan. /TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO É LÍDER DA MAIORIA REPUBLICANA NA CÂMARA

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