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OEA aprova resolução de apoio à retomada da relação de EUA e Cuba

Todos os Estados concordaram em classificar a aproximação como histórica, mas houve divergências sobre embargo econômico 

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Por Redação
Atualização:
Homem hasteia bandeira de Cuba, em Miami, Flórida Foto: Joe Reedle/AFP

WASHINGTON - A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou na segunda-feira, por aclamação, uma resolução de apoio ao restabelecimento das relações bilaterais entre Estados Unidos e Cuba. Houve divergências nas negociações do texto pois alguns países, como Bolívia, Equador e Venezuela, queriam incluir uma menção ao embargo econômico.

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Após horas de debate, os Estados aprovaram uma fórmula que não inclui a menção ao embargo e comemora a histórica aproximação entre Washington e Havana, anunciada na semana passada.

Apesar de todos os países terem concordado em apontar a aproximação como um fato "histórico", a divergência ocorreu por uma menção ao fim do embargo econômico, proposta pela Bolívia e apoiada por Nicarágua, Venezuela, Equador e El Salvador. O ponto não recebeu votos suficientes para ser colocado no texto.

Uma primeira minuta estava pronta desde a sexta-feira, mas a proposta da Bolívia obrigou os representantes permanentes a solicitarem mais tempo para que pudessem entrar em contato com seus países e determinar a posição oficial de suas delegações.

A menção pedia "votos para que a resolução seja um sinal inequívoco do almejado fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro que afeta Cuba e seu povo". Eram necessários 18 votos para que a menção fosse incluída no texto final, mas a proposta recebeu um voto contra, dos EUA, e 27 abstenções.

O texto final manifesta a "profunda satisfação" da OEA pela decisão anunciada, "reitera o compromisso das Américas com o diálogo entre os Estados soberanos e expressa seu apoio à implementação das medidas em favor da completa normalização das relações bilaterais".

Bolívia, Venezuela e Nicarágua se juntaram à votação por aclamação da declaração, mas afirmaram que incluirão notas de pé de página que reflitam sua posição.

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A Venezuela também tinha pedido a mudança no texto da palavra "normalização" por "restabelecimento" das relações. "Só poderemos falar de normalização de relações quando acabar o bloqueio sobre Cuba" afirmou a delegação, mas a proposta também não foi aprovada.

Vários representantes ressaltaram que seria importante que a OEA, organização que reúne todos os países do continente, desse uma resposta o mais rápido possível para esse fato "histórico sem precedentes".

"O que nos traz aqui é permitir ao conselho permanente felicitar às duas nações irmãs que tomaram essa decisão histórica de retomar relações, sem nos aprofundarmos em detalhes de consideração política", disse o representante permanente haitiano, Bocchit Edmond. "A OEA deve se pronunciar sobre esse acontecimento, que é histórico para a região", acrescentou.

Nessa mesma linha se posicionou o embaixador da Colômbia, Andrés González, ao considerar que "não pode existir o silêncio dessa organização frente a um fato histórico que divide em duas partes a história de nosso continente". /EFE

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