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OEA critica lentidão da apuração na Bolívia

Apesar da demora na contagem de votos, opositores já reconheceram vitória de Evo Morales apontada pela boca de urna e pelos primeiros resultados

Por LA PAZ
Atualização:

A Organização dos Estados Americanos (OEA) criticou ontem a lentidão no processo de apuração dos votos da eleição presidencial da Bolívia, realizada no domingo. Relatório divulgado pela missão de observação eleitoral da entidade afirmou que "não é conveniente que se tirem todas as conclusões a partir das pesquisas" de boca de urna. Evo Morales é dado como vencedor, por sua ampla vantagem, mesmo com pouco mais de metade das urnas apuradas.Liderada pelo ex-presidente da Guatemala Álvaro Colom, a missão da OEA classificou como "extremamente lento" o processo oficial de apuração do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), a transmissão e a divulgação de atas eleitorais e recomendou o desenvolvimento de um sistema "eficaz" de divulgação de resultados preliminares.O presidente Evo agradeceu ontem as recomendações da OEA e disse que não tentou coagir os funcionários do TSE para trabalharem a seu favor, acusação feita por opositores.Ontem, Evo seguia à frente dos candidatos opositores, segundo dados divulgados no site do TSE. Após apurar 62,60% da votação, o tribunal disse que o presidente somava mais de 1,7 milhão de votos (55,18%). O empresário Samuel Doria Medina, o adversário mais bem colocado, acumulava 908 mil votos (28,16%). O ex-presidente Jorge Quiroga tinha 10,94% dos votos, o ex-prefeito de La Paz Juan del Granado somava 2,99% e o líder indígena Fernando Vargas ficava com 2,73%. Até a noite de ontem, haviam sido computadas 17.155 atas eleitorais, de um total de 27.403.Os dados da apuração começaram a ser publicados na tarde de segunda-feira, após um silêncio de mais de 24 horas depois do fim da votação devido a problemas técnicos e a uma suposta ameaça de hackers contra o sistema do TSE.A presidente do tribunal, Dina Chuquimia, reconheceu que a apuração avançava "lentamente, mas com segurança", afirmando que parte do problema também se deve ao acesso precário a populações rurais.Sem contar com dados oficiais, o governo, a oposição e a imprensa consideraram válidos os resultados das pesquisas de boca de urna, que informaram um apoio de aproximadamente 60% a Evo.Lei. Evo assinou ontem a regulamentação de uma lei para combater a violência contra as mulheres. Ele afirmou em um ato público no Palácio Quemado, em La Paz, que o Estado boliviano deve "continuar eliminando pouco a pouco esta violência contra as mulheres, como os assassinatos". Segundo organizações locais, 93 mulheres foram mortas no país em atos de violência de gênero.O decreto permitirá a aplicação da Lei Para Garantir às Mulheres uma Vida Livre de Violência, promulgada pelo Poder Executivo em março do ano passado. Uma das novidades é a tipificação do crime de "feminicídio", passível de pena de até 30 anos de prisão, sem direito a condicional. / AFP e EFE

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