ONU adia votação sobre massacre de Srebrenica para evitar veto da Rússia

O primeiro-ministro da Sérvia, Aleksandar Vucic, disse que seu governo concordou com sua ida às celebrações para lembrar a tragédia de 1995, no dia 11

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Por Redação
Atualização:

NOVA YORK - O Conselho de Segurança da ONU adiou para quarta-feira, 8, a votação de uma resolução para condenar o massacre de Srebrenica como um genocídio, enquanto Grã-Bretanha e Estados Unidos tentam convencer a Rússia a não vetar o documento, no 20º aniversário da tragédia, disseram diplomatas. 

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A Rússia considerou a resolução, redigida pelos britânicos, desequilibrada e não quer que o massacre de 8 mil homens e meninos muçulmanos em 1995 seja descrito como genocídio. Em vez disso, propôs condenar "os crimes mais graves que preocupam a comunidade internacional".

Ainda nesta terça-feira, o primeiro-ministro da Sérvia, Aleksandar Vucic, disse que seu governo concordou com sua ida às celebrações para lembrar o massacre de Srebrenica, no dia 11.

Memorial onde estão os corpos de milhares de vítimas do genocídio deSrebrenica Foto: REUTERS/Dado Ruvic

A votação pelo Conselho de 15 países membros - 5 permanentes com poder de veto - deveria ter ocorrido na manhã desta terça-feira, mas foi adiada até quarta-feira de manhã, já que as negociações sobre o projeto continuam entre Grã-Bretanha, Estados Unidos e Rússia, segundo diplomatas.

Questionado sobre se a Rússia planeja vetar a resolução, o vice-embaixador russo na ONU, Vladimir Safronkov, se recusou a comentar.

Um porta-voz da missão britânica na ONU disse: "Dada a importância do aniversário, estamos empenhados em conseguir o nível mais amplo de apoio dos membros do conselho. Esperamos que este atraso permita que consigamos isso."

Vídeo: Jovem bósnio relembra encontro com Mladic

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Em 11 de julho de 1995, no fim da guerra da Bósnia (1992-95), forças servo-bósnias invadiram o enclave de Srebrenica, considerado pela ONU um "porto seguro". Os militares executaram 8 mil homens e meninos muçulmanos nos dias que se seguiram e enterraram seus corpos em valas comuns. / REUTERS 

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