ONU defende regras claras para confrontos cibernéticos

Novas tecnologias não estão contempladas na Convenção de Genebra, alerta secretário-geral da entidade

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LISBOA - O secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu nesta segunda-feira, 19, a implementação de regras globais para diminuir o impacto de ataques cibernéticos e ciberespionagem em civis, diante do risco que essas tecnologias representam para conflitos no futuro. 

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Nos últimos anos, hackers patrocinados por agentes estatais causaram prejuízos sem escala a empresas, serviços públicos e de infraestrutura, segundo Guterres. 

António Guterres disse quecabe aos líderes internacionais trabalhar para reconstruir a confiança entre os governos Foto: REUTERS/Thomas Mukoya

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Na semana passada, o procurador-especial Robert Mueller indiciou 13 cidadãos russos e três companhis do país por espionagem com o intuito de prejudicar as eleições americanas de 2016. 

“Episódios de ciberespionagem entre países já são comuns”, disse o secretário-geral. “O que é pior é não haver regulação nenhuma. Não sabemos como aplicar a Convenção de Genebra em casos assim.”

O secretário-geral ainda disse estar convencido de que as batalhas do futuro envolverão ataques cibernéticos em massa com o objetivo de destruir capacidade militar e de infraestrutura. 

Guterres também defendeu as Nações Unidas como um laboratório para criar novas regras sobre confrontos cibernéticos, com o auxilio de cientistas e políticos. As declarações do secretário-geral foram feitas em uma homenagem na Universidade de Lisboa.

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No ano passado, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciou que preparava um esboço sobre o tema, com diretrizes para seus militares empregarem armas cibernéticas. Um acordo está previsto para o ano que vem. / REUTERS

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