ONU enviará missão para combater Ebola nos países mais afetados

Pessoas, materiais e recursos financeiros serão enviados a Libéria, Guiné e Serra Leoa em missão de emergência da ONU

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Por MICHELE NICHOLS
Atualização:

A Organização das Nações Unidas (ONU) vai criar uma missão especial para combater o Ebola, deslocando efetivos para os países mais afetados pela epidemia do vírus -Libéria, Guiné e Serra Leoa- para promover uma "mobilização rápida e grande" de pessoas, materiais, e recursos financeiros. Em uma carta direcionada ao Conselho de Segurança da entidade nesta quinta-feira, o secretário-geral Ban Ki-moon disse que irá indicar um enviado especial para chefiar a Missão de Emergência da ONU para o combate ao Ebola (UNMEER, na sigla em inglês), cuja base ficará na região.

O secretário-geral da ONU Ban Ki-moon disse que irá indicar um enviado especial para chefiar a operação Foto: Richard Drew/AP

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"As prioridades estratégicas da missão serão conter a escalada da doença, tratar os infectados, providenciar serviços essenciais, preservar a estabilidade e prevenir que o vírus se espalhe para países que não foram afetados", disse Ban na carta de seis páginas obtida pela Reuters.

O Conselho de Segurança composto por 15 membros deve adotar uma resolução ainda na quinta-feira para declarar a epidemia de Ebola, que é transmitido pelo contato com fluídos corporais de pessoas infectadas, uma "ameaça à paz e à segurança".

A ação da ONU acontece depois de os Estados Unidos revelarem planos de envio de 3.000 militares e construir 17 centros de tratamento. A França também anunciou seus planos de instalar um hospital militar, enquanto Cuba, China, Grã-Bretanha e outros países se comprometeram a enviar trabalhadores médicos, centros de saúde e outras formas de apoio.

Pelo menos 2.630 pessoas já morreram na pior epidemia do vírus Ebola desde que a doença foi descoberta em 1976, infectando pelo menos 5.357 pessoas na África Ocidental, afirmou a Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta quinta.

Ban afirmou que a missão da ONU seria focada em algumas ações críticas: identificar e localizar pessoas infectadas com o Ebola, cuidar dos infectados e controlar as infecções, garantir enterros seguros e dignos e cuidados médicos para os trabalhadores, segurança alimentar e nutricional e acesso a serviços básicos de saúde.

A missão também concentrará seus esforços em destinar incentivos financeiros para os funcionários de saúde, recuperação e proteção econômica, garantir o fornecimento de materiais e equipamentos, transportes e combustível, mobilização social e comunicação.

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"É minha intenção que a missão exista enquanto seja necessário combater a crise", disse Ban. "Quando a doença do vírus Ebola não representar uma grave ameaça às pessoas dos países afetados, a missão terá atingido seu objetivo e será desmontada".

(Reportagem de Michelle Nichols)

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