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Oposição venezuelana teme ‘golpe de Estado técnico’ após eleição do dia 6

MUD teme que governo não reconheça ou tentefraudar resultado dasurnas na votaçãolegislativa de domingo

Atualização:

CARACAS - A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) alertou nesta segunda-feira, 30, para o risco de um “golpe de Estado” em caso de derrota chavista nas eleições parlamentares de domingo. Com a aproximação da votação, tanto o governo quanto a oposição aumentaram a retórica agressiva. A União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que monitora a eleição, disse haver uma exacerbada “agressividade verbal” entre os dois lados.

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“Eles não poderão falsificar o resultado. Tentar negá-los seria tecnicamente um golpe de Estado. Mas, mesmo para dar um golpe de Estado, é preciso capital político e Maduro já não tem”, disse o secretário executivo da MUD, José “Chuo” Torrealba

. “A essa altura, a sorte está lançada. Todos decidiram sua estratégia e as pesquisas indicam que a participação será muito alta, especialmente entre as classes mais pobres, o que deve dar à eleição um caráter plebiscitário.”

O líder opositor alertou que a oposição terá condições de fiscalizar todas as mesas de votação e de contabilizar com eficácia e rapidez os votos de maneira alternativa à do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). “Estaremos em quase todos os colégios eleitorais, a não ser em alguns locais controlados por coletivos armados chavistas, situação que já foi denunciada ao CNE repetidas vezes”, disse o opositor, que reafirmou a crença na independência da missão de observadores enviada pela Unasul.

“Nós nos reunimos com eles e dissemos que grande parte da população está cética (com a missão)”, acrescentou Torrealba. O presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, disse na madrugada de segunda-feira, que o chavismo precisará de mobilização máxima no domingo. “Todos teremos uma tarefa titânica. Precisaremos saber quantos votos nossos teremos, quantos foram votar”, disse.

Observação. A missão da Unasul na Venezuela e o ex-premiê espanhol José Luís Rodríguez Zapatero disseram na segunda-feira que notaram às vésperas da votação que definirá a nova configuração da Assembleia Nacional um alto grau de agressividade verbal entre o chavismo e a oposição.

“As declarações são passionais, mas não acredito que isso possa afetar a ordem democrática na Venezuela”, disse José Luis Exeni, coordenador da missão da Unasul. “Há muita agressividade verbal, mas temos plena confiança de que o povo venezuelano irá as urnas.”

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Zapatero, por sua vez, pediu o fim dos “discursos inflamados” na reta final da campanha. “É muito importante para a América Latina e para a Venezuela que a razão se imponha e as regras democráticas prevaleçam”, afirmou.

O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, disse nesta segunda-feira que 163 mil soldados da Guarda Nacional Bolivariana farão a segurança da eleição. “Daremos todo o apoio ao CNE para a segurança dos centros de votação e entrega das runas”, afirmou. / EFE e AFP

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