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Oposição venezuelana denuncia prisão de dirigente e ‘perseguição política’ de chavismo

Secretaria-Geral da Organização dos Estados Americanos denunciou o ‘recrudescimento da repressão’ contra opositores e disse que recebeu denúncias de violação dos direitos humanos no país

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Por Redação
Atualização:

CARACAS - A oposição venezuelana denunciou na terça-feira a detenção de mais um de seus dirigentes e o ataque a uma sede de partido como parte da "perseguição política" do chavismo diante da marcha para exigir o referendo revogatório do mandato do presidente Nicolás Maduro.

O líder opositor Carlos Melo, do partido Avançada Progressista, foi detido pela polícia política e permanece "incomunicável na sede" do organismo em Caracas, denunciou o governador de Lara, Henry Falcón, em seu perfil no Twitter.

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro Foto: REUTERS/Miraflores Palace/Handout via Reuters

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O presidente da Assembleia Nacional, o opositor Henry Ramos Allup, denunciou na rede social uma "tentativa de incendiar" a sede do partido Ação Democrática (AD) em Cojedes, em uma ação de membros da Frente Francisco de Miranda, ligada ao governo.

Segundo a oposição, estes atos fazem parte de uma "perseguição política" do governo, que acusa a Mesa da Unidade Democrática (MUD) de promover a violência na manifestação de quinta-feira visando derrubar Maduro.

Na segunda-feira, o líder opositor Yon Goicoechea foi detido sob a acusação de carregar detonadores que seriam utilizados durante o protesto, dois dias após o ex-prefeito e líder opositor Daniel Ceballos ser transferido da prisão domiciliar para o regime fechado por planejar atos violentos para o protesto.

"Preferimos um milhão de vezes prender terroristas do que ter uma gota de sangue", disse o número dois do chavismo, Diosdado Cabello, em um ato governista em Caracas.

A MUD nega as acusações e seu secretário-geral, Jesús Torrealba, acusa o governo de fabricar versões por temer uma manifestação que ninguém conseguirá deter. Delegados da oposição viajaram aos Estados Unidos para pedir às Nações Unidas e à Organização dos Estados Americanos (OEA) que acompanhem o protesto.

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Repressão. Na noite de terça-feira, a Secretaria-Geral da OEA denunciou o "recrudescimento da repressão" contra opositores na Venezuela e informou ter "recebido denúncias que revelam o aumento da repressão e das violações dos direitos humanos".

Maduro acusa a oposição de planejar um golpe de Estado e ameaça mandar seus dirigentes para a prisão se eles incitarem atos de violência no protesto. "Isto contradiz completamente os princípios e valores democráticos e definem o governo da Venezuela como uma ditadura", assinalou Almagro, que pediu a Caracas que permita a manifestação "na mais ampla base de liberdade".

Veja abaixo: Confronto aumenta tensão na Venezuela

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"Pretende-se criminalizar o protesto, ameaça-se inabilitar partidos políticos, criminaliza-se a atuação de deputados da Assembleia Nacional e ativistas da sociedade civil", destaca a OEA em nota. Estas ações "deixam sérias dúvidas sobre o interesse do governo venezuelano em um diálogo sério e construtivo para se superar a crise na Venezuela".

A MUD protestará na quinta-feira para exigir do Conselho Nacional Eleitoral a data exata e as condições para o recolhimento das quatro milhões de assinaturas (20% dos eleitores) requeridas para se convocar o referendo. A oposição exige que a votação ocorra ainda este ano, para que haja eleições presidenciais em 2017. / AFP

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