CARACAS -Ao menos uma pessoa morreu em uma manifestação convocada pela oposição venezuelana para respaldar a procuradora-geral, Luisa Ortega, chavista dissidente considerada traidora pelo governo do presidente Nicolás Maduro. Com isso, sobe para 75 o número de mortos nos protestos contra o governo, que começaram em abril.
David José Valenilla tinha 22 anos e foi baleado à queima-roupa por um oficial da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) no bairro de Altamira.
"Vamos enfrentar e impedir a fraude que se pretende promover" no Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) com a denúncia contra a procuradora-geral, disse em entrevista coletiva o deputado Simón Calzadilla, em nome da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD).
As passeatas da oposição que tentam chegar ao centro de Caracas são geralmente impedidas pela polícia e a Guarda Nacional. Ortega, uma chavista histórica convertida em adversária de Maduro e sua Assembleia Constituinte, enfrenta um possível julgamento após o plenário do TSJ admitir, na terça-feira, um recurso do deputado Pedro Carreño.
Ortega se disse "preparada", e denunciou que a Justiça está sendo usada para "perseguir a dissidência política". Carreño alega que Ortega "mentiu" ao negar ter apoiado a designação de 33 juízes do TSJ em dezembro de 2015, quando o Parlamento ainda era controlado pelos chavistas.
Segundo o deputado Freddy Guevara, vice-presidente do Parlamento, nesta quinta-feira se abrirá a "fase decisiva" dos protestos, após a MUD exortar a população a ignorar o governo Maduro e seu projeto de Constituinte. / AFP