A oposição venezuelana entregou nesta segunda-feira, 23, documentos em diferentes sedes do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) exigindo a apresentação de um cronograma das eleições regionais no país e o adiantamento da presidencial.
“Civicamente e em paz, pedimos o avanço da discussão sobre a legítima petição do povo venezuelano”, afirmou o secretário executivo da coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD), Jesús “Chúo” Torrealba.
Cerca de dois mil opositores foram às ruas de Caracas ontem pedindo a antecipação das eleições para encerrar o mandato de Nicolás Maduro em razão da grave crise que o país vive. Houve confrontos com a Guarda Nacional Bolivariana.
"Viemos exigir o direito que os venezuelanos têm a votar. É a única maneira de mudar isso", declarou o presidente do Parlamento, Julio Borges, ao entregar uma carta com esse pedido a Luis Emilio Rondón, único dos cinco reitores do CNE alinhado com a oposição.
Rondón compareceu à marcha na avenida Libertador, ponto onde a multidão foi contida pela Polícia. Ele prometeu tramitar a solicitação, afirmando que a crise é "impossível de ser escondida" e "as instituições têm de responder".
Milhares de chavistas marcharam no centro de Caracas em "defesa da revolução".
"O povo está na rua apoiando o presidente. Não vamos permitir que acabem com nossa revolução, que nos dá tantos benefícios sociais", defendeu Pedro Camargo.
A tensão entre o governo e a Mesa da Unidade Democrática (MUD) voltou a subir nas últimas semanas. Um grupo de opositores, entre eles um suplente de deputado, foi detido pelo recém-criado "comando antigolpe", liderado pelo vice-presidente Tareck El-Aissami, um chavista radical. / AFP