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Opositor terá copiada sua tática de visita a bairros

No primeiro turno, Mauricio Macri visitou regiões pobres de Buenos Aires para afastar imagem da história milionária de sua família

Por Rodrigo Cavalheiro , CORRESPONDENTE e BUENOS AIRES
Atualização:

BUENOS AIRES - Durante o primeiro turno, o conservador Mauricio Macri visitou bairros pobres da Região Metropolitana de Buenos Aires, cidade que governa há oito anos, para afastar sua imagem da história milionária de sua família, ligada ao empresariado.

A campanha do governista Daniel Scioli, no segundo turno, copiará o modelo que parece ter aproximado em parte um introspectivo Macri da população. Ontem, Scioli fez uma caminhada por Escobar, cidade de 203 mil habitantes no entorno da capital. “Será menos estúdio e mais contato direto com a população. Acreditamos que Scioli tem mais facilidade nessa conexão direta. Todos achavam Macri antipático, até que ele começou a dançar nos comícios”, avalia um de seus assessores. Até agora, o kirchnerista tinha apostado em comícios e se afastado do corpo a corpo.

Principal nome da oposição, Mauricio Macri deposita seu voto em Buenos Aires Foto: REUTERS/Agustin Marcarian

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Seu alvo principal, assim como o de Macri, são os 5,2 milhões de votos do ex-kirchnerista e também peronista Sergio Massa, que obteve 21,3% no primeiro turno. “Scioli tem de tentar caminhos para reverter o clima ganhador ao redor de Macri. O caminho mais próximo é o eleitor de Massa, pela afinidade peronista”, disse ao Estado o sociólogo Ricardo Rouvier. 

Na semana passada, o governista adotou uma das propostas que Massa colocou em uma lista para condicionar seu apoio. A medida garante a um aposentado com pensão mínima receber 82% do salário de um empregado na ativa. Massa disse que não quer que Scioli vença, mas elogiou a adesão.

A ideia mais controvertida de Massa, pôr o Exército para combater o narcotráfico não só nas fronteiras, mas em favelas dominadas pelos criminosos, não deve ter o mesmo respaldo. O grupo de Scioli, entretanto, estuda um modo de contemplá-la, já que a criminalidade está à frente da economia entre as preocupações dos argentinos.

Uma hipótese é colocar no auxílio à gendarmeria, uma força de segurança com características militares que hoje se concentra nas fronteiras. Os lugares deixados pela gendarmeria seriam ocupados pelo Exército.

A tática de Macri será visitar o interior e consolidar os votos que conseguiu na Província de Buenos Aires, governada há oito anos por Scioli. “Macri não precisa de nada mais com o que conseguiu, caso se confirme a migração da maior parte dos votos de Massa. Só vai ser pressionado para definir sua equipe econômica e algumas coisas pontuais”, opina o analista político Carlos de Angelis, da Universidade de Buenos Aires.

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