CARACAS - O líder da oposição na Venezuela, Henrique Capriles, convocou na quarta-feira uma mobilização chamada de "a tomada de Caracas", caso a Justiça Eleitoral não anuncie a segunda data para a próxima etapa do referendo revogatório contra o presidente do país, Nicolás Maduro.
"Está mais ou menos certo que na próxima semana teremos que nos mobilizar de todos os cantos do país em direção a Caracas. Anunciaremos nas próximas horas. Não podemos permitir que nos roubem a solução eleitoral para a crise", disse Capriles em comunicado.
O líder afirmou que as atividades desenvolvidas pela aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) em diferentes Estados também teve como objetivo organizar o país para a mobilização.
"Se o Conselho Nacional Eleitoral na segunda-feira seguir desrespeitando o povo, que lide com as consequências", destacou Capriles, ao afirmar que "hoje mais do que nunca" a população deve pressionar para ter "uma mudança política ainda neste ano".
Capriles reiterou que se o referendo revogatório não for realizado em 2016 poderá haver uma explosão social, porque o "povo está morrendo por falta de remédios e a desnutrição se agrava".
Desde junho, a oposição venezuelana aguarda um pronunciamento do Conselho Nacional Eleitoral, que indicaria o início da próxima fase do processo revogatório. Ele consistiria na coleta de assinaturas de 20% do colégio eleitoral do país, o equivalente a 4 milhões de pessoas.
Na quarta-feira, centenas de manifestantes se mobilizaram em frente às sedes do CNE em todo o país para exigir um pronunciamento do órgão, que havia afirmado que esclareceria a sequência do processo no dia 26 de julho. No entanto, o CNE disse que fará o anúncio na segunda-feira. / EFE