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Os arquivos JFK e as teorias da conspiração

Por ironia, publicação de documentos sobre a morte de Kennedy só deve reanimar o debate

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Por Helio Gurovitz
Atualização:

A publicação dos documentos secretos sobre o assassinato de John Kennedy, na semana passada, foi determinada por uma lei de 1992 para acabar com as teorias conspiratórias, inflamadas na época pelo delirante filme JFK, de Oliver Stone. Por ironia, só deverá reacendê-las. CIA e FBI pressionaram, com sucesso, o presidente Donald Trump a manter em sigilo os documentos mais sensíveis. Será o bastante para alimentar as especulações.

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Artigo: Arquivos sobre morte de JFK são um tesouro

O assassino Lee Harvey Oswald agiu mesmo sozinho, como diz o relatório da Comissão Warren? O que ele fez no México, onde visitou as embaixadas de Cuba e da União Soviética semanas antes do assassinato? O FBI sabia que Jack Ruby – o assassino do assassino – mataria Oswald e não fez nada? Os espiões envolvidos anos depois no escândalo Watergate sabiam que Kennedy seria assassinado?

Presidente John F. Kennedy e a primeira-dama Jacqueline em Washington, em 1961. Foto: The White House/John F. Kennedy Presidential Library via The New York Times

Não importa se você está familiarizado com o universo da “bala mágica”, do filme de Zapruder, do impostor mexicano e com a barafunda de conexões hipotéticas que unem a máfia italiana a Fidel Castro, passando por CIA, FBI e Lyndon Johnson. A confusão só fará aumentar. O governo reteve os arquivos sobre o chefe da CIA em Dallas, sobre o empresário que conversou com Ruby minutos antes de ele matar Oswald, sobre os exilados cubanos e sobre os espiões de Watergate. Nada será esclarecido. Todas as teorias conspiratórias continuarão vivas.

Os aloprados de Hillary Clinton Só este ano, com a delação da Odebrecht, ficou enfim esclarecido o célebre episódio do “dossiê dos aloprados”, uma armação contra o então candidato tucano José Serra nas eleições para o governo de São Paulo, em 2006. Pois o FBI foi mais ágil. Comprovou, segundo o Washington Post, que a campanha de Hillary Clinton foi responsável pela encomenda do dossiê apócrifo sobre as conexões de Trump com os russos, divulgado em janeiro pelo BuzzFeed, na íntegra e sem comprovação.Republicanos em guerra contra Bannon O Senate Leadership Fund, um grupo ligado ao presidente do Senado americano, Mitch McConnell, promoverá campanhas contra Steve Bannon, ex-estrategista-chefe de Trump. A preocupação é que a ala populista comandada por Bannon desarticule as candidaturas do partido em 2018, como já ocorreu no Alabama, no Arizona e no Tennessee.A vitória dos rivais de Macri O presidente Mauricio Macri venceu as eleições na Argentina. No entanto, seus adversários não ficaram descontentes. Dois ex-presidentes argentinos enrolados na Justiça, Carlos Menem e Cristina Kirchner, foram eleitos para o Senado e alcançaram seu objetivo: manter o foro privilegiado que, lá como aqui, os protege das garras da lei.

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A volta do Tamagotchi Duas décadas depois, a japonesa Bandai decidiu relançar uma edição especial do Tamagotchi, bichinho virtual que demandava alimento, carinho e atenção dos donos para sobreviver. A febre de 1997 acabou tão misteriosamente como começou.A guerra dos canudinhos Ambientalistas americanos têm um novo inimigo: canudos de plástico, consumidos à razão de 500 milhões por dia. O novo documentário Straws, narrado por – quem mais? – Tim Robbins, mostra como eles infestam os oceanos e ameaçam – quem mais? – as tartarugas marinhas. No manual ecologicamente correto, tomar refrigerante de canudinho agora é como usar casaco de pele.

Sexo e vídeo na ilha do amor O reality britânico Love Island é um Big Brother casamenteiro, em que jovens atraentes tentam, por assim dizer, encontrar o amor. Um vídeo de sexo explícito com um casal de participantes que o agente Rob Cooper negociava com uma produtora pornô foi, segundo ele, furtado de seu carro. Cooper não revelou a identidade do casal, objeto de apostas nas redes sociais. O Daily Mirror diz que um modelo gay também toma parte nas cenas. O Guardian especula que tudo não passa de golpe publicitário.

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