Padrão de ação da Otan põe em dúvida versão oficial turca

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A aviação da Turquia segue normas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e preserva, sem concessões, o espaço aéreo do país. Esquadrões de caças interceptadores supersônicos vigiam as áreas mais sensíveis, como as fronteiras com Síria e Iraque. Orientados a partir de estações terrestres de radar, os F-16 Falcon permanecem dia e noite no ar – em terra, na ponta da pista de decolagem, a só cinco minutos de distância do acionamento da turbina, outros grupos aguardam que os centros de comando ordenem a partida.

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O chanceler turco, Mevlut Cavusoglu, disse ter sido essa a condição na terça-feira, quando o caça-bombardeiro Su-24 russo foi abatido enquanto voltava de uma missão na Síria, sob alegação de ter violado os limites. Os fatos, todavia, indicam que a operação não foi bem assim. Os dois pilotos ejetaram da cabine e seus paraquedas se abriram normalmente. Um deles, Oleg Peshkov, morreu ao ser alvejado por disparos de rebeldes, provavelmente turcomanos opositores do regime de Bashar Assad. O outro, Konstantin Murakhtin, resgatado após 12 horas, negou que tenha cruzado a fronteira aérea turca. “Conheço cada saliência daquele terreno. Não cometeria um erro primário”, declarou.

O critério adotado é padrão em tempo de guerra. Centros de defesa aérea equipados com radares que detectam aeronaves invasoras a 200 km de distância fazem o acompanhamento do tráfego monitorando até 90 movimentos simultaneamente. Se um desses alvos define uma rota de entrada sem identificação, ou registro, e mantendo silêncio, é advertido. Sua atitude – um voo de despiste, errático, a baixa altura – é monitorada e os caças que estiverem no ar (ou em terra, mas no regime de alerta, com o piloto aguardando dentro do cockpit) devem interceptar o ‘bandido’ quando tiver avançado no máximo por 10 km pelo espaço aéreo proibido. Segue-se, então, uma série de medidas de contato no ar. Por meio de sinais internacionais, o caça interceptador indica que o transgressor deve segui-lo e pousar no local indicado por ele. A desobediência implica em um tiro de advertência, com munição traçante. Só depois disso tudo, será feito o disparo de destruição. Toda essa sequência dura entre 5 e 7 minutos.

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