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Palestinos enterram mortos após confronto com Israel e fazem novos protestos

Comércios, universidades e instituições públicas também fazem greve nesta terça para lembrar a 'Nakba', a 'catástrofe', como definem a criação do Estado de Israel em 1948 e o êxodo de centenas de milhares de pessoas

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Por Redação
Atualização:

GAZA - Centenas de palestinos se manifestam nesta terça-feira, 15, nos postos de controle militar israelenses na Cisjordânia e na Faixa de Gaza em dia de greve geral para lembrar a "Nakba", a "catástrofe", como definem a criação do Estado de Israel em 1948 e o êxodo de centenas de milhares de pessoas. Eles também estão de luto pelos 60 mortos na véspera, em Gaza, durante protestos contra a abertura da embaixada americana em Jerusalém.

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"Centenas de pessoas estão se manifestando nos territórios. As Forças de Segurança atuam contra os violentos com gás lacrimogêneo", uma porta-voz militar israelense.

As Forças Armadas israelenses acusaram o movimento Hamas, que controla Gaza, de instigar os palestinos a tentar violar a fronteira de Israel Foto: AFP PHOTO / MAHMUD HAMS

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No meio da manhã, 200 palestinos foram ao posto de controle israelense de Beit El, nos arredores da cidade de Ramallah, onde aconteceram enfrentamentos com as forças de segurança israelense nos quais pelo menos cinco pessoas ficaram feridas, segundo fontes médicas.

"Hoje, estamos aqui seguindo com a nossa luta. Brigaremos contra a ocupação militar israelense. Queremos proteger nossa gente destes crimes de guerra", disse um dos organizadores da manifestação, fazendo referência aos 60 mortos e mais de 2.700 feridos na Faixa de Gaza.

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Em Hebron, no sul de Cisjordânia, também foram registradas manifestações nas quais pelo menos dois palestinos foram feridos por fogo real e "dúzias de pessoas foram asfixiadas em enfrentamentos com as forças israelenses" no centro da cidade. De acordo com a agência oficial de notícias palestinas Wafa, eles foram atingidos por balas de borracha, munição real e gás lacrimogêneo.

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Acontecem conflitos ainda nas cidades de Tubas, Al-Bireh e Qalqilya, e estão programadas manifestações em Nablus. Em diferentes pontos da Cisjordânia, como nas cidades de Belém e Ramallah, sirenes soaram na manhã de hoje por 70 segundos para lembrar as sete décadas de exílio palestino.

"O nosso trabalho é homenagear os mártires de Gaza que se mobilizaram em manifestações pacíficas", declarou o governador de Tubas, Ahmad Asaad.

Entre a segunda-feira e hoje, 38 palestinos foram detidos pelas forças israelenses, 20 deles em Jerusalém durante os protestos contra a mudança da embaixada americana à cidade, informou a agência palestina.

Hoje acontece em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, com grande adesão, uma greve geral, que também foi convocada nas cidades israelenses de maioria árabe.

Violência

Nesta segunda-feira, uma série de confrontos em Gaza contra a abertura da nova embaixada americana em Jerusalém deixaram 60 mortos e milhares de feridos.

Palestinos desviam de bombas de gás lacrimogêneo lançadas por drone de Israel para conter manifestação em Khan Yunis, ao sul da Faixa de Gaza Foto: AFP PHOTO / SAID KHATIB

Um dos mortos foi um bebê de nove meses, cuja família diz que foi vítima de gás lacrimogêneo lançado pelas forças israelenses. Um médico que atendeu a criança, no entanto, afirma que ela tinha uma condição médica pré-existente e questionou as alegações dos familiares. O grupo de direitos humanos de Gaza, Al Mezan, investigará as circunstâncias da morte da criança.

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De acordo com a Oficina de Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) da ONU, pelo menos seis crianças morreram durante os protestos na fronteira. O porta-voz da organização, Rupert Colville, afirmou que o órgão condena a "terrível violência mortal" promovida pelas forças israelenses em Gaza e afirmou que acompanha "extremamente preocupado" com o que pode ocorrer nesta terça-feira.

Colville afirmou, durante conferência de imprensa em Genebra, na Suíça, que Israel tem o direito de proteger suas fronteiras de acordo com as leis internacionais, mas o uso de força letal deve ser reservado apenas como último recurso. / EFE, AP e REUTERS

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