PUBLICIDADE

Palestinos protestam contra decisão de Trump sobre Jerusalém

Governo de Israel reforçou policiamento para conter revolta; palestinos prometem 'dia de ira'

Atualização:
Conflitos em Jerusalém após decisão de Trump reconhecer a cidade como a capital de Israel. Foto: Ahmad Gharabli/AFP

JERUSALÉM - Após Donald Trump reconhecer Jerusalém como capital de Israel e transferir a embaixada americana de Tel-Aviv para a cidade, diversos protestos eclodiram na região nesta sexta-feira, 8. Palestinos organizaram manifestações em várias cidades do país, após prometerem 'um dia de ira'. O governo de Israel mobilizou centenas de policiais em Jerusalém. 

PUBLICIDADE

Netanyahu pede que outros países acompanhem decisão dos EUA sobre Jerusalém

O Hamas, grupo considerado terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos, convocou uma nova intifada, uma rebelião popular palestina. O grupo afirmou que a decisão de Trump não mudará “a história e a geografia” da região.

“O povo palestino sabe como responder ao desdém com seus sentimentos e santuários”, disse o líder político do grupo, Ismail Hanieh, que prometeu reagir ao anúncio “da maneira apropriada”. 

Milhares de palestinos em protesto na Faixa de Gaza. Foto: Mohammed Abed/AFP

Conheça o posicionamento da comunidade internacional sobre Jerusalém

O termo intifada foi muito usado em alusão à revolta iniciada em dezembro de 1987, que durou até 1993. Nesse período, os palestinos se revoltaram contra o Estado de Israel em uma série de protestos violentos caracterizados pelo uso de armas simples, como pedras e paus. A segunda intifada ocorreu entre 2000 e 2005. Houve diversos atentados terroristas e ataques suicidas organizados por grupos extremistas contra Israel.

Outros países. Centenas de pessoas protestaram na Indonésia e na Malásia contra a decisão do presidente dos Estados Unidos. Na Indonésia, alguns manifestantes queimaram a bandeira americana em frente à embaixada em Jacarta onde se reuniram levando cartazes e bandeiras da Palestina. Em Surabaya, a segunda maior cidade do país em número de habitantes, outros grupos se concentraram em frente ao consulado americano.

Publicidade

Pelo menos 500 pessoas protestaram na capital da Indonésia, Jacarta. Foto: Heri Juanda/AP

Na capital da Malásia, pelo menos mil pessoas gritaram palavras de ordem contra Trump e queimaram figuras e fotos do governante perto da embaixada dos EUA, segundo o jornal Malasiakini. O protesto em Kuala Lumpur contou com a participação de líderes e membros do partido governante Organização Nacional para a Unidade da Malásia (UMNO), grupos que representam a maioria de etnia malaia e religião muçulmana e ONGs islâmicas.

Entenda. O reconhecimento Jerusalém como capital de Israel é mais uma promessa de campanha feita por Donald Trump a um dos segmentos mais conservadores de sua base de apoio, os evangélicos brancos, 80% dos quais optaram por sua candidatura na disputa de novembro de 2016. Esse grupo representa um terço dos eleitores republicanos e vê em Israel a realização de profecias bíblicas.

França e ONU criticam decisão de Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel

O mais poderoso grupo de lobby nesse terreno é o Cristãos Unidos por Israel, fundado em 2006 pelo pastor John Hagee. "Eu posso assegurar a você que 60 milhões de evangélicos estão olhando para essa promessa de perto, porque se o presidente Trump mudar a embaixada para Jerusalém, ele vai dar um passo histórico para a imortalidade", disse Hagee na terça-feira, 5, em entrevista à rede de TV Fox News. / AFP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.