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Panamá pede ajuda da Interpol para prender filhos de ex-presidente

Ricardo e Luis Enrique Martinelli Linares são acusados de receber propina da Odebrecht

Atualização:

CIDADE DO PANAMÁ - A promotoria especial anticorrupção do Panamá solicitou que a Interpol emita um alerta vermelho para deter os filhos do ex-presidente Ricardo Martinelli (2009-2014), Ricardo e Luis Enrique Martinelli Linares, acusados de receber propina da construtora brasileira Odebrecht.

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Em uma nota enviada à Direção de Investigação Judicial da polícia panamenha, publicada nesta segunda-feira, 13, a promotora Tania Sterling pediu "notificação vermelha" para a busca dos filhos de Martinelli.

A petição da promotora, com data de 1º de fevereiro, foi confirmada à AFP pela Polícia Nacional do Panamá e por uma fonte das investigações sob condição de anonimato.

A solicitação para deter os filhos do ex-presidente seria pelo "suposto delito contra a ordem econômica", segundo a nota.

Um dos advogados da família Martinelli, Carlos Carillo, comentou à AFP que a defesa ainda não havia recebido cópia da petição, porém reconhece "que é verdadeira".

Segundo a procuradoria panamenha, três sociedades anônimas nas quais figuram como beneficiários os filhos do ex-mandatário "receberam milionárias cifras entre 2009 e 2012", segundo informações do jornal La Estrella de Panamá.

O jornal informou ainda que as transferências se efetuaram "através de várias empresas offshore que a construtora Odebrecht utilizou para fazer pagamentos indevidos a funcionários públicos ao redor do mundo".

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Ricardo e Luis Enrique Martinelli haviam recebido mais de 20 milhões de euros através de várias offshore, de acordo com as investigações.

Filhos do ex-presidente Ricardo Martinelli teriam recebido 20 milhões de euros por meio de empresas offshore Foto: Reprodução/Facebook Ricardo Martinelli

Segundo acordo firmado com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a Odebrecht admitiu ter pago no Panamá, entre 2010 e 2014, mais de US$ 59 milhões em propina em troca de licitações da ordem de mais de US$ 175 milhões.

A chefe da procuradoria, Kenia Porcell, informou que ao menos 17 pessoas estão envolvidas no escândalo da Odebrecht no Panamá, incluindo três funcionários "de alta hierarquia", uma dezena de empresários e um empregado de um grande banco. Os nomes não foram revelados.

O ex-presidente Martinelli, que vive em um exílio voluntário em Miami, também é suspeito de espionagem a opositores e é investigado por múltiplos casos de corrupção durante seu governo. / AFP

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