Papa diz que 'crimes' de abuso contra menores nunca devem se repetir

Francisco também alertou que os bispos devem se comportar com coragem e não podem permitir ficarem "paralisados pelo medo", apesar de reconhecer que os membros da hierarquia da Igreja nos EUA se encontram, com frequência, em um "território hostil"

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WASHINGTON - O papa Francisco disse nesta quarta-feira, 23, a bispos da Igreja Católica dos EUA que os crimes de abuso sexual de menores por parte do clero, chamados por ele de "momentos obscuros", nunca devem se repetir. 

"Sei o quanto de dor tem pesado sobre vocês (bispos) nos últimos anos, e tenho apoiado seu generoso compromisso em levar consolo às vítimas... e em trabalhar para garantir que tais crimes nunca vão se repetir", disse o pontífice, em discurso na Catedral de São Mateus.

Papa fala aos bispos americanos na Catedral da São Mateus Foto: AFP PHOTO/POOL/MARK WILSON

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O papa leu seu discurso em italiano e, com um tom quase de sussurro em várias passagens, como nas quais mencionou a palavra "crimes" e no momento em que afirmou que não pretendia dar lições aos bispos.

Francisco também alertou que os bispos devem se comportar com coragem e não podem permitir ficarem "paralisados pelo medo", apesar de reconhecer que os membros da hierarquia da Igreja nos EUA se encontram, com frequência, em um "território hostil".

O pontífice, que já pediu publicamente perdão pelos abusos sexuais cometidos por membros do clero e endureceu as normas para castigar esses crimes dentro da Igreja, fez, além disso, outras várias recomendações gerais aos bispos americanos. Foi pedido que eles não prediquem "doutrinas complexas", que não caiam no narcisismo edialoguem com os laicos, com as famílias e com a sociedade.

Francisco pediu aos bispos para preservarem a unidade da Igreja, mas também para "enfrentarem com coragem os desafios de nosso tempo". E também elogiou o dinamismo da Igreja nos EUA, o que contribuiu para o crescimento do número de fiéis no país, que conta com mais de 76 milhões de católicos. / REUTERS e EFE

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