O papa Francisco afirmou neste sábado, 28, que está "profundamente afetado" pelo caso do bebê britânico Alfie Evans, de apenas 1 ano e 11 meses, que morreu após os desligamento dos aparelhos sob decisão dos médicos, chancelada pela Suprema Corte britânica. Evans sofria de doença cerebral degenerativa e estava internado desde maio de 2016. Seus pais Tom e Kate, de 21 e 20 anos, respectivamente, tiveram que travar batalha na Justiça com os médicos para barrar o plano de desligar as máquinas que mantinham o bebê vivo.
O Vaticano e outras lideranças católicas entraram no debate e apoiaram a opinião dos pais. Mas, segundo determinação da última instância judicial do Reino Unido, o desligamento dos aparelhos era do “interesse” da criança, cujo cérebro já havia sido danificado, levando à perda da visão, audição e tato. "Estou profundamente afetado pela morte do pequeno Alfie. Hoje rezo especialmente por seus pais, enquanto Deus Pai o acolhe em seu braço de ternura", escreveu o papa Francisco em sua conta no Twitter.
O pontíficie recebeu os pais do bebê no Vaticano no último dia 18 de abril e se manifestou em várias ocasiões sobre o caso. Francisco, inclusive, pediu que novas possibilidades de tratamento fossem testadas para manter Alfie vivo. O hospital pediátrico Bambino Gesú, ligado ao Vaticano, se ofereceu para atender o bebê. Para isso, o governo da Itália concedeu cidadania a Alfie e preparou uma aeronave para que a transferência ocorresse. A Justiça do Reino Unido, no entanto, não autorizou que a criança deixasse o país.
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Após a última recusa, Tom Evans, pai de Alfie, acatou a decisão médica e pediu que a equipe oferecesse ao filho “a dignidade e o conforto que ele merece”. As máquinas foram desligadas na última segunda-feira à noite. Durante o processo judicial, os médicos informaram que os exames de Alfie Evans apontavam uma “degradação catastrófica” dos tecidos cerebrais e consideravam “desumano” mantê-lo ligado aos aparelhos. “Meu gladiador deixou seu escudo e ganhou suas asas. Estou de coração partido”, escreveu Tom Evans, pai da criança, pelo Facebook.
O caso motivou diversos protestos no Reino Unido, Itália, Polônia e outros países europeus, abrindo discussões sobre quem deveria decidir o futuro da criança.