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Papa viaja a México e Cuba para renovar evangelização

Bento XVI, de 85 anos, já esteve na América Latina em 2007 e, na ocasião, visitou apenas o Brasil

Por Efe
Atualização:

CIDADE DO VATICANO - O papa Bento XVI iniciará nesta sexta-feira, 23, sua segunda viagem à América Latina, que o levará ao México e Cuba, onde pretende realizar uma nova evangelização e pedir a seus habitantes a reconciliação e a luta contra a violência, o narcotráfico e a injustiça, a favor da paz."Convido a todos a me acompanhar com sua proximidade espiritual, para que nesta visita sejam colhidos abundantes frutos de vida cristã e renovação eclesial, que contribuam ao autêntico progresso desses povos", disse o papa na vigília da viagem.Bento XVI, de quase 85 anos, já esteve em 2007 na América Latina, mas nessa ocasião visitou apenas o Brasil. Agora ele volta a dois países de língua espanhola para proclamar novamente o Evangelho a estes povos que foram evangelizados há 500 anos, e que continuam fiéis à Igreja, mas nos quais a secularização e a penetração das seitas avançam.Segundo o papa, chegou o momento de voltar a evangelizar "com uma fé robusta" essa região onde vive quase a metade dos mais de 1,2 bilhões de católicos do planeta.O pontífice deseja que a mensagem desta viagem seja extensiva a toda América Latina e durante os seis dias de visita pedirá a seus cidadãos que fomentem a reconciliação, a fraternidade e a solidariedade e lutem contra a violência, o narcotráfico, a injustiça, o analfabetismo, a corrupção e a miséria, a favor da paz e do cuidado com o meio ambiente.Além disso, ele encorajará a defesa da vida humana desde sua concepção até a morte natural e a tutela da família, instituição que sofre cada vez mais - segundo afirmou - por situações adversas causadas pelas mudanças culturais, banalização da sexualidade e falsas ideologias.A primeira etapa da viagem é o México, onde se encontrará, segundo o cardeal secretário de estado, Tarcisio Bertone, com um país que enfrenta a violência, a corrupção, o narcotráfico, que obriga todos os mexicanos a "voltar a fundar" a nação sobre os valores cristãos, "que são a convivência pacífica, a irmandade, a solidariedade e a honra".O México sofre com um aumento na violência causado pela guerra entre os cartéis de drogas pelo controle do território e os enfrentamentos destes grupos com o Estado, que causaram mais de 47 mil mortes.O papa encontrará também um México que se prepara para as eleições de 1º de julho, que escolherão, entre outros cargos, um novo presidente.Em termos políticos a visita levantou suspeitas, já que o fato de o papa só se encontrar com o presidente, Felipe Calderón, é considerado como um apoio ao Partido Ação Nacional (PAN), atualmente no poder, o que foi taxativamente negado pela Igreja.Já em Cuba, 14 anos depois da visita de João Paulo II, o papa encontrará "uma Revolução em processo de aperfeiçoamento de seu modelo político, econômico e social", segundo afirmou à Agência Efe o embaixador cubano perante a Santa Sé, Eduardo Delgado.Mas também encontrará uma Igreja Católica mais visível, que se transformou em interlocutora com o Governo.Segundo o cardeal Bertone, a visita ajudará os cubanos em seu caminho rumo a democracia.O papa partirá nesta sexta-feira em direção a León, no estado de Guanajuato, no centro do México e centro do catolicismo mexicano, onde será recebido pelo presidente Calderón.No domingo, 25, rezará uma missa aos pés da Colina do Cubilete, dominada por uma estátua de Cristo Rei, e se reunirá com os bispos mexicanos.No dia 26 de março viajará a Santiago de Cuba, onde será recebido pelo presidente, Raúl Castro. Na ocasião, o papa rezará um missa pelo 400º aniversário do encontro de Nossa Senhora da Caridad del Cobre, a padroeira da ilha, e antes de viajar a Havana visitará a imagem em seu santuário, o que João Paulo II não pôde fazer.Em Havana, ele se reunirá com Raúl Castro e não descarta encontrar também com Fidel Castro. No dia 29, será rezada uma missa na Praça da Revolução, último ato da viagem ao "continente da esperança" antes do retorno a Roma. Esta é a 23ª viagem de Bento XVI pelo mundo em quase sete anos de Pontificado.  

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