Para Cameron, sair da UE seria a destruição ‘econômica e política’ da Grã-Bretanha

Primeiro-ministro britânico disse que abandonar o mercado único seria uma decisão ‘desnecessária e imprudente’

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LONDRES - O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, afirmou que uma eventual saída da União Europeia (UE) seria uma autodestruição "econômica e política" para o país, com prejuízo às empresas.

Em artigo publicado nesta terça-feira, 5, no jornal The Daily Telegraph, o chefe de governo disse que abandonar o mercado único, caso os britânicos votem pelo "Brexit" no plebiscito do dia 23 de junho, seria uma decisão "desnecessária e imprudente".

Premiê britânico, David Cameron concede entrevista à BBC Foto: Jeff Overs|BBC|Reuters

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O político conservador voltou a defender a permanência da Grã-Bretanha no bloco europeu enquanto uma pesquisa divulgada nesta terça-feira indica que o respaldo a favor de ficar na UE aumentou. Feita neste mês entre 800 pessoas pelo instituto de análise ORB, ela aponta que 51% dos entrevistados apoiam a permanência, uma alta de quatro pontos em relação a outra consulta de março, enquanto a campanha pela saída ou "Brexit" desceu cinco pontos se comparada à anterior, até chegar a 44%.

Segundo o primeiro-ministro, cortar os vínculos com Bruxelas pode afetar "duramente" o setor de serviços do país e não beneficiaria o setor do aço, que passa por uma profunda crise depois que a gigante metalúrgica indiana Tata Steel indicou na semana passada que colocará à venda seus negócios na Grã-Bretanha.

"Estamos fazendo tudo o que podemos para ajudar o aço britânico nestes momentos difíceis, mas a ideia de que sair da Europa é a resposta é um erro perigoso: mais da metade de nossas exportações de aço vão para a Europa", acrescentou.

Além disso, Cameron ressalta que o "Brexit" pode afetar o setor automotivo e as empresas de telecomunicações que operam com a UE, uma situação que pode ter consequências para os empregos e o nível de vida da população, comentou.

"À medida que transcorre a campanha pelo plebiscito, está mais claro que os que fazem campanha para sair da Europa estão convidando os britânicos a tomarem uma decisão insólita, ser a primeira economia da história que escolhe de maneira deliberada uma relação comercial mais restritiva, de segunda categoria, com o maior mercado", indica o primeiro-ministro.

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O debate sobre o plebiscito de junho se intensifica na Grã-Bretanha e na segunda-feira a fabricante de aviões Airbus comunicou a seus 15 mil empregados no país sobre os riscos de votar pela saída do país da UE.

Na carta, a Airbus ressaltou que seu sucesso empresarial depende do livre movimento de pessoas e mercadorias no bloco europeu, por isso admitiu a incerteza sobre o que poderá acontecer caso os britânicos apoiem o "Brexit" no plebiscito. /EFE

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