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Para negociador das Farc, acordo de paz não será assinado em março de 2016

Jesús Santrich afirmou em um programa de televisão que, após o histórico aperto de mãos entre o presidente colombiano e o líder das Farc, surgiram algumas divergências

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Por Redação
Atualização:

BOGOTÁ - O acordo de paz entre o governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) não será assinado em março de 2016, como anunciaram as partes em setembro, afirmou em uma entrevista o negociador da guerrilha Jesús Santrich.

"Em honra à verdade, nós devemos ser claros ao afirmar que em 23 de março não vai acontecer uma assinatura do acordo final", afirmou Santrich em uma entrevista ao programa de televisão "Noticias Uno".

Negociações de paz:Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos (E), e líder das Farc, Timochenko (D), se cumprimentam em Havana, em setembro de 2015 Foto: EFE/ORLANDO BARRIA

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Santrich, cujo nome verdadeiro é Seusis Pausivas Hernández, é delegado das Farc nos diálogos de paz que o grupo insurgente mantém com o governo do presidente Juan Manuel Santos em Havana, Cuba, desde novembro de 2012.

Em setembro, Santos e Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido como "Timochenko", principal comandante da guerrilha colombiana, anunciaram a assinatura do acordo final de paz no mais tardar para 23 de março de 2016.

Ambos também revelaram que as partes haviam chegado a um acordo sobre o tema justiça, um dos tópicos mais complicados da negociação.

Mas alguns dias depois do histórico aperto de mãos entre Santos e Timochenko surgiram as divergências: a delegação das Farc afirmou que o tema já estava concluído, enquanto o governo alegava que era apenas um rascunho ainda em discussão.

"Já havíamos assinado. O que estava acordado, estava acordado. Depois surgiu a invenção de que era um acordo em desenvolvimento", disse Santrich. "Voltamos a discuti-lo mais duas vezes", completou.

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Na semana passada, a mesa de negociações de paz de Cuba revelou o texto completo do acordo sobre justiça e reparação às vítimas do conflito armado, que contempla um sistema jurídico especial para punir os responsáveis dos dois lados por crimes contra a humanidade.

Outros temas que ainda devem ser definidos nas negociações são a entrega das armas dos rebeldes e o mecanismo para referendar o acordo entre o governo e as Farc. /AFP

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