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Para Obama, há lugares nos EUA onde é mais barato comprar uma arma do que um livro

Em fórum promovido pela CNN, presidente americano explicou decretos para aumentar controle sobre a venda de armas no país e se disse aberto ao diálogo com a Associação Nacional do Rifle

Atualização:

WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou na quinta-feira em um fórum com cidadãos que é necessária uma reforma das leis de porte de armas, e assinalou que "em alguns lugares dos EUA, comprar uma arma é mais fácil e mais barato do que comprar um livro".

O presidente tentou neste fórum, televisionado pela emissora "CNN", explicar suas propostas para incrementar o controle na venda de armas de fogo para evitar que estas caiam nas mãos de pessoas com problemas mentais e antecedentes criminais e, com isso, reduzir o alto índice de mortes violentas, o mais alto de um país desenvolvido.

Em fórum promovido pela CNN, Obama responde dúvidas sobre decretos para aumentar controle sobre armas nos EUA Foto: AFP PHOTO/NICHOLAS KAMM

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Obama, que na terça-feira anunciou sua intenção de aumentar o alcance da verificação de antecedentes na compra de armas por decreto, disse que é necessário que os Estados Unidos tenham "o melhor sistema de antecedentes possível".

O presidente criticou a rejeição a essas medidas e comparou os controles à necessidade de que os automóveis tenham cinto de segurança e de que os remédios tenham sistemas para evitar que as crianças sofram intoxicação.

A Casa Branca quer estender a verificação de antecedentes do FBI, que deve ser feita no momento da compra de uma arma em uma loja, para as transações entre particulares, sempre que estes realizem um alto volume de vendas.

Obama disse que está aberto ao diálogo com a Associação Nacional do Rifle (NRA, sigla em inglês), o principal grupo de defesa da indústria de armamentos, que se negou a participar do fórum e se opõe à medida proposta pelo governo.

No fórum, no qual discursaram cidadãos de diferentes opiniões, Obama disse que a NRA se mostrou favorável no passado a expandir os controles de antecedentes para mais transações.

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"Agora o que temos é uma exceção, que era utilizada para colecionadores, transformada em uma indústria em massa", explicou o presidente, que acaba de entrar em seu último ano de mandato com o Congresso dominado pela oposição republicana.

"Minhas posições não são radicais, mas se criou uma atmosfera em que, se apresentamos uma proposta com bom senso e modesta, que respeita a Segunda Emenda (da Constituição), a mesma é classificada como uma tentativa minha de confiscar as armas de todos", lamentou o presidente.

A Segunda Emenda da Constituição defende o direito de portar armas, mas são as leis que devem determinar os controles na hora de ter acesso a armas com cada vez maior capacidade de fogo. / EFE

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