Parentes sofrem ao descobrir lista de sobreviventes

Com divulgação dos nomes dos feridos, famílias de vítimas do ataque entram em choque ao perceber que seus filhos morreram

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Por Redação
Atualização:

ORLANDO, EUA- A leitura dos nomes dos feridos no ataque à boate Pulse, em Orlando, no domingo, foi marcada nesta segunda-feira, 13, pela dramaticidade. “Foi o pior momento das últimas 24 horas”, disse o religioso argentino Pablo Gaitán, que acompanhou as famílias das vítimas enquanto esperavam notícias sobre os sobreviventes.

Para o portorriquenho Ángel Garmendiz, que perdeu 12 amigos no ataque, o momento da leitura da lista de feridas foi muito difícil porque não estar nessa lista eliminava todo tipo de esperança.

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Cerca de 150 pessoas esperavam por notícias em um hotel de Orlando quando foram avisados pelas autoridades que haveria a divulgação da lista de feridos. Quando um policial leu a lista com os nomes de 53 sobreviventes, os que não tinham parentes na lista imediatamente se deram conta de que eles não haviam sobrevivido. 

O que se viu em seguida foi o desespero instantâneo de dezenas de pessoas inconsoláveis com a tragédia. Algumas pessoas caíram em prantos ao chão, outras entraram em estado de choque. 

“Foi um momento incrível”, disse Garmendiz, emocionado. Ele acompanhou a leitura do nome dos feridos ao lado dos pais de um amigo. 

No local onde os familiares esperavam por notícias havia psicólogos e médicos e uma pequena infraestrutura montada para trâmites burocráticos. 

Gaitán, o religioso argentino, acostumado a confortar perdas de fiéis, foi incapaz de descrever a cena triste da divulgação dos nomes dos feridos. 

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“A única coisa que consegui fazer foi abraçar a avó de uma das vítimas”, contou. 

Outro religioso presente no centro de acolhida, Ángel Marcial, disse que o ambiente é muito triste e é muito difícil dizer algo para as famílias das vítimas. “Estamos aqui, como diz a bíblia, chorando com os que choram e sofrendo com os que sofrem”, disse ele. 

Para Garmendariz, a comunidade gay latina de Orlando é muito unida e vai se tornar tão pequena que se tornará uma família. 

“A comunidade latina ainda está em estado de choque”, disse ele. “Ainda não superamos e não vamos superar. Sequer consigo dizer os nomes dos meus amigos em voz alta.”

Choque. A morte dos 12 jovens amigos de Garmendiz chocou a ilha de Porto Rico, território americano no Caribe. O governador Alejandro Garcia Padilla emitiu uma mensagem de solidariedade na qual pediu orações pelas famílias das vítimas.

"Meus amigos eram muito alegres. É assim que lembraremos deles”, disse Garmendiz. “Continuaremos a vida como eles gostariam que fizéssemos.” Até agora, duas vítimas da ilha foram identificadas: Luis Omar Ocasio Capo, de 20 anos, e Eric Ivan Ortiz Rivera, de 36. / EFE

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