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Parlamento Europeu apóia reinício da ajuda à ANP

Votação de um relatório sobre situação política no Oriente Médio acontece em julho

Por redacao
Atualização:

As principais bancadas do Parlamento Europeu apóiam a decisão da União Européia e dos Estados Unidos de retomar sua ajuda à Autoridade Nacional Palestina (ANP), após a nomeação de um governo sem membros do Hamas. O anúncio foi feito nesta terça-feira, 19. Alguns parlamentares criticaram a estratégia de bloqueio mantida até agora. Num debate sobre a situação nos territórios palestinos, o presidente da câmara, o alemão Hans-Gert Pöttering, condenou os "ataques das milícias islâmicas em Gaza contra as forças legítimas" e leais ao presidente da ANP, Mahmoud Abbas. Além disso, ele apoiou a decisão dos ministros de Relações Exteriores da UE de retomar suas relações com a ANP, suspensas por causa da chegada ao poder do Hamas, em 2006. Em nome do Partido Popular Europeu, o espanhol José Ignacio Salafranca, disse que a prioridade deve ser "apoiar o presidente Abbas e o governo moderado de Salam Fayyad". Mas lembrou que "sem a unidade dos palestinos não será possível realizar o sonho de um Estado viável e em paz". O presidente dos socialistas, Martin Schulz, defendeu a mesma tese. Mas lamentou que a UE e o resto da comunidade internacional não tenham tentado moderar as posições do Hamas pelo diálogo, em vez do embargo. "Talvez seja tarde demais. O que estamos fazendo agora, tentando evitar a queda da estrutura da ANP, deveria ter sido o objetivo inicial", disse. O presidente de Esquerda Unitária Européia (IUE), o francês Francis Wurtz, disse que "a decisão de congelar a ajuda teve conseqüências catastróficas". O líder dos liberais, o britânico Graham Watson, acentuou a sua crítica à atitude do Hamas. Ele avisou que o movimento islâmico, ao manter suas ações violentas, "trairá sua própria causa". Ele ressaltou que a ajuda européia não deve ser enviada só à Cisjordânia, mas também à população de Gaza O presidente dos Verdes, Daniel Cohn-Bendit, eleito pela Alemanha, afirmou que houve "erros de todas as partes" e defendeu uma nova conferência internacional de paz na região. As conversas, opinou, devem incluir israelenses, palestinos, sírios e representantes de outros países vizinhos. "É a única maneira de gerar esperança. E quando houver esperança voltará a haver diálogo político", disse. O Parlamento Europeu adiou até julho a votação de um relatório sobre a situação política no Oriente Médio, inicialmente prevista para esta semana.

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