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Partido governista de Mianmar reconhece derrota em eleições

O anúncio dos resultados nos 12 primeiros locais foram vencidos pela Liga Nacional da Democracia, da ganhadora do Nobel da Paz Aung San Suu Kyi

Atualização:

YANGUN, MIANMAR - O partido governista de Mianmar reconheceu nesta segunda-feira, 9, a derrota nas eleições gerais, a medida que a oposição liderada pela líder pró-democracia Aung San Suu Kyi caminhava para uma vitória que garantirá a formação do próximo governo.

"Perdemos", disse o presidente em exercício do Partido União, Solidariedade e Desenvolvimento, Hatay Oo, em entrevista um dia após a primeira eleição nacional livre do país em 25 anos.

Favoráveis à líder pró-democraciaAung San Suu Kyi seguram bandeiras da Liga Nacional da Democracia Foto: AFP PHOTO / Phyo Hein Kyaw

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“Eu não estava esperando esse resultado porque conseguimos fazer muitas coisas para as pessoas dessa região”, disse Oo. “De qualquer forma, essa é a decisão do povo.”

Ele afirmou ainda que o longo período que Aung San passou em detenção sob a antiga junta “inflaram a popularidade dela”.

A comissão eleitoral começou posteriormente a anunciar os resultados parciais eleitorais de domingo. Todos os 12 primeiros locais anunciados foram vencidos pela Liga Nacional da Democracia, da ganhadora do Nobel da Paz Aung San.

A Liga informou que, a partir de sua própria contagem de votos pelo país, estava a caminho de obter mais de 70% dos assentos no Parlamento, mais de dois terços do necessário para formar o primeiro governo de Mianmar eleito de forma democrática desde os anos 1960.

“Ganhamos mais de 70% dos votos”, disse Win Htein. Aung San pediu cautela a seus seguidores antes do anúncio oficial pela Comissão Eleitoral dos resultados preliminares, que será realizado nesta noite.

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"Eles precisam aceitar os resultados, embora não queiram", disse o porta-voz da Liga Win Htein, acrescentando que na altamente populosa região central o partido estava a caminho de conquistar mais de 90% dos assentos.

Embora a eleição pareça uma derrota decisiva para o atual governo, um período de incerteza ainda paira sobre o país, porque não é certo como Suu Kyi irá compartilhar o país com o Exército, ainda dominante.

O presidente do Parlamento de Mianmar e número três da última junta militar, Shwe Mann, também admitiu sua derrota, o que lhe impedirá de renovar sua cadeira, meses após ser afastado da cúpula do partido governamental.

Mann, candidato do Partido da Solidariedade e do Desenvolvimento para a União (USDP), era um dos favoritos à presidência, mas em julho foi retirado da direção da legenda pelo setor governista do presidente Thein Sein.

O presidente do Legislativo, considerado próximo à líder opositora Aung San Suu Kyi, foi cassado depois que apoiou uma moção para eliminar o poder de veto dos militares, aos quais a Constituição reserva 25% das cadeiras.

A oposição indicou que as irregularidades mais comuns durante o pleito foram ausência de eleitores nas listas eleitorais e a chegada de votos antecipados após o fechamento das escolas, implicando em sua invalidação. /REUTERS e EFE

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