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Polícia britânica altera vigilância de embaixada onde está Assange

Por razão de custos, Scotland Yard decidiu retirar os agentes permanentes da Embaixada do Equador em Londres

Atualização:

LONDRES - A polícia britânica decidiu modificar a vigilância da embaixada do Equador em Londres, onde está refugiado o fundador do Wikileaks, Julian Assange, e não contará com agentes permanentes, informou nesta segunda-feira, 12, a Scotland Yard.

Em comunicado, a organização afirmou que manterá a vigilância da legação diplomática, mas "de forma encoberta", o que pode significar ter policiais à paisana. A Scotland Yard esclareceu que, se Assange tentar abandonar a embaixada, a polícia fará "todo o esforço possível" para detê-lo. O jornalista buscou refúgio no local em junho de 2012 por conta de uma solicitação de extradição da Suécia por supostos crimes sexuais.

Imagem de março mostra Assange falando da Embaixada do Equador em Londres em evento da ONU Foto: FABRICE COFFRINI / AFP

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A decisão de modificar a vigilância foi tomada após consultas aos ministérios britânicos de Interior e Relações Exteriores. "Um importante período de tempo passou desde que Julian Assange entrou na embaixada e, apesar dos esforços de muita gente, não há uma perspectiva iminente de uma resolução diplomática ou legal do problema", acrescenta a Scotland Yard.

Ao chegar a essa decisão, a polícia ressalta que teve que avaliar seus recursos econômicos, que considerou que não são infinitos. "Como todos os serviços públicos, os recursos da Polícia Metropolitana de Londres são finitos. Com tantas ameaças diferentes à cidade que protege, o atual desdobramento de agentes não é considerado proporcional", diz a nota.

Estima-se que o valor para custodiar a embaixada do Equador chegou a 10 milhões de libras (13 milhões de euros) entre junho de 2012, quando Assange se refugiou, até agosto deste ano.

O jornalista entrou na legação diplomática equatoriana em 19 de junho de 2012 após um longo processo judicial em Londres sobre o pedido de extradição cursado pelas autoridades suecas, que querem interrogá-lo por crimes sexuais supostamente cometidos na Suécia em 2010.

Após o refúgio, as autoridades britânicas se negaram a facilitar um salvo-conduto que permita a Assange viajar para o Equador, país que lhe concedeu o asilo político.

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O fundador do Wikileaks considera que seu caso tem paralelismo com o de Edward Snowden, o ex-agente da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, sigla em inglês) refugiado na Rússia.

A relevância do Wikileaks aumentou entre julho e outubro de 2010 com a publicação de documentos secretos da guerra do Afeganistão (2001) e da segunda Guerra do Iraque (2003), a partir de filtragens do soldado americano Bradley Manning, hoje Chelsea Manning.

Após meses de revelações, Julian Assange foi detido em Londres em 7 de dezembro de 2010 a pedido da Suécia, o que iniciou um processo legal que terminou em 30 de maio de 2012, quando a Corte Suprema, máxima instância judicial britânica, deu sinal verde a sua extradição, que não aconteceu por conta do refúgio na embaixada do Equador. /EFE

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