BOA VISTA - O autor dos dois ataques com bomba caseira que feriram cinco venezuelanos em Boa Vista - entre eles, uma criança de 3 anos - foi identificado pela polícia do Estado, nesta sexta-feira, 9. As autoridades policiais afirmaram que, segundo a investigação, os casos não podem ser considerados xenofobia ou crimes de ódio.
“Somente depois da prisão poderemos identificar as razões desse suspeito para cometer esses ataques”, declarou o delegado Cristiano Camapum, titular da Delegacia-Geral de Homicídios (DGH) de Roraima. O criminoso, de acordo com o policial, foi responsável pelos dois ataques ocorridos no bairro de Mecejana.
Na segunda-feira, um homem e uma mulher foram incendiados. O mesmo suspeito, segundo a polícia, incendiou uma família de venezuelanos na quinta-feira: um homem, uma mulher e a filha de 3 anos do casal.
“Os vídeos mostram que uma única pessoa lançando um líquido inflamável, basicamente com o mesmo modus-operandi. A partir daí, começamos a trabalhar com a possibilidade de ser a mesma pessoa e estamos tentando localizar o autor. Ele já foi identificado, nós já sabemos que foi a mesma pessoa que cometeu os crimes", afirmou Camapum.
A menina atingida pela bomba caseira está internada em uma área de isolamento no Hospital da Criança em Roraima. Seu estado de saúde é considerado estável. A previsão é que ela tenha alta em uma semana.
A mãe e o pai da criança, respectivamente de 24 anos e 23 anos, também foram internados no setor de isolamento da unidade de saúde, a pedido do Consulado da Venezuela - e seu estado de saúde é considerado estável. O homem sofreu queimaduras em 25% do corpo e não tem previsão de alta.
O ataque ocorreu em uma casa onde vivem 13 venezuelanos - 7 adultos e 6 crianças. Os moradores temem um novo ataque. "Estávamos dormindo e, de repente, tudo começou a pegar fogo. Ficamos desesperados e temos medo de acontecer novamente", afirmou uma das moradoras do local.