TÓQUIO - Um barco pesqueiro norte-coreano com oito homens a bordo chegou à costa nordeste do Japão nesta sexta-feira, 24, depois de perder o rumo por uma avaria, informou o governo japonês. Os tripulantes seriam pescadores, não desertores, segundo uma autoridade policial.
O incidente ocorre em um momento de tensão por conta dos programas de armas nucleares e mísseis da Coreia do Norte depois que o presidente americano, Donald Trump, designou o país como patrocinador do terrorismo, permitindo que os Estados Unidos imponha mais sanções.
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A embarcação de madeira e os tripulantes, que ficaram sob custódia da polícia, foram localizados no porto da cidade de Yurihonjo, na prefeitura de Akita, depois de um morador informar ter visto "gente suspeita" andando pela praia.
Os pescadores resgatados, que se identificaram como norte-coreanos, explicaram que estavam pescando quando o motor do barco quebrou e chegaram à costa, conforme detalhou o ministro porta-voz do governo, Yoshihide Suga.
Sobre a possibilidade de os homens serem espiões, o oficial disse que as autoridades estão lidando com o caso cuidadosamente. Em relação à repatriação dos pescadores para a Coreia do Norte, Suga explicou que dará andamento ao processo quando a investigação for concluída pela polícia e de acordo com os resultados.
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Segundo um jornal local, o Japão estuda planos para lidar com um possível fluxo de milhares de pessoas vindas da Coreia do Norte, caso uma crise militar surja na península, bem como a eliminação de espiões entre elas. Na semana passada, a Guarda Costeira japonesa resgatou três marinheiros norte-coreanos de uma embarcação pesqueira que naufragou no Mar do Japão com 15 tripulantes a bordo. Eles foram enviados para casa a bordo de um navio da Coreia do Norte.
No último dia 13, um soldado norte-coreano cruzou a fronteira entre as Coreias, em direção ao Sul, em uma fuga dramática, primeiro em um carro e depois a pé. Ele foi atingido por seis dos mais de 40 disparos dados pelos companheiros de exército. Na última quarta-feira, 22, o Comando das Nações Unidas afirmou que a Coreia do Norte violou o armistício de 1953, que colocou fim à Guerra da Coreia, quando um soldado atravessou a fronteira para perseguir o desertor. /Reuters e EFE