Polícia procura ‘serial bomber’ nos EUA depois de explosões em Austin

Duas pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas desde o início das explosões, no começo de março, na cidade do Texas

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Por Redação
Atualização:

Uma série de detonações de pacotes com explosivos tem aumentado a tensão em Austin, no Texas. As explosões ocorrem desde o dia 2. Nesta segunda-feira, dia 19, a polícia afirmou que está à procura de um “serial bomber”, responsável pelos ataques.

+ Após nova explosão de pacote-bomba, polícia do Texas procura por 'serial bomber'

Polícia investiga explosões de pacotes em Austin Foto: Suzanne Cordeiro/Afp Photo

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Duas pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas desde o início das explosões. A última ocorreu no domingo, 18, e chamou a atenção dos investigadores em razão de seu grau de sofisticação, pois um mecanismo de detonação quase invisível foi utilizado. 

“As vítimas são dois homens de 22 e 23 anos de idade”, indicou Brian Manley, chefe da polícia de Austin, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira. Os dois estão internados, com “ferimentos significativos, mas em condição estável”, indicou.

Os investigadores trabalhavam até o momento com a hipótese de crimes motivados por racismo, uma vez que as três primeiras explosões fizeram vítimas negras ou hispânicas.

Os dois pacotes anteriores causaram a morte de dois afro-americanos: um homem de 39 anos, em 2 de março, e um jovem de 17, em 12 de março. Uma senhora de 72 anos, de origem hispânica, também ficou gravemente ferida em 12 de março.

Os dois homens parecem ter provocado a explosão quando passaram sobre um fio detonador colocado à beira de uma estrada em Austin sul. Nos três ataques anteriores, pacotes foram deixados em frente às residências das vítimas.

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As autoridades ainda não identificaram qualquer suspeito e voltaram a ressaltar a recompensa de até US$ 115.000 para qualquer informação que ajude.

Moradores foram orientados a não sair de casa e mais 500 policiais trabalham nas investigações do caso, que se parece com os ataques cometidos por Theodore Kaczynski, o Unabomber, entre 1978 e 1995.  UNABOMBER.

Theodore Kaczynski nasceu em Chicago em maio de 1942. Era um garoto recluso e aluno exemplar. Obcecado por matemática, ingressou em uma classe de lógica avançada e concluiu o ensino médio com 15 anos. Em 1958, foi aceito na Universidade de Harvard. Em 1973, mudou para uma casa nas montanhas em Lincoln, no estado de Montana. Estudou técnicas de sobrevivência e iniciou uma vida autossuficiente, cortando laços com a sociedade. 

Ted Kaczynski, o Unabomber, em foto de 1996 Foto: REUTERS/Handout/Files

Ted começou pequenos atos de sabotagem e, em 1978, fez seu primeiro ataque, com uma bomba caseira, à Universidade Northwestern. O FBI e outras agências batizaram o caso de Unabom: fusão de “bombardeio a universidades e linhas aéreas”, em inglês. 

Em 1995, Kaczynski enviou um manifesto com 35 mil palavras para os jornais The New York Times e Washington Post, justificando seus atos. O FBI investigou as cartas e, com a ajuda do irmão de Kaczynski, David, prendeu o terrorista em 1996. Ele foi condenado à prisão perpétua e está em um presídio de segurança máxima no Colorado.