Policial que matou menino negro de 12 anos nos EUA não será indiciado

Caso provocou indignação em muitos americanos, que já estavam realizando manifestações para protestar contra a impunidade de policiais brancos implicados na morte de negros

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WASHINGTON - Autoridades americanas anunciaram nesta segunda-feira, 28, que não vão indiciar o policial branco que matou em novembro de 2014, em Cleveland, Ohio (norte dos EUA), Tamir Rice, menino negro de 12 anos que carregava uma arma de brinquedo.

"Com base nos elementos de prova que consultou e no recurso da polícia à força letal no marco da lei, o grande júri decidiu não apresentar acusações criminais", declarou o promotor Tim McGinty em relação ao caso que comoveu a opinião pública.

Memorial construído em Cleveland onde o menino Tamir Rice foi baleado por um policial que confundiu uma arma de brinquedo com real. Foto: NYT

A cena foi filmada por uma câmera de vigilância de vídeo que mostra dois policiais intervindo em uma praça na cidade de Cleveland, após terem sido alertados para a presença de um jovem armado. Um policial abriu fogo segundos mais tarde, matando o jovem Rice com dois tiros no abdome.

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O caso provocou indignação em muitos americanos, que já estavam realizando manifestações para protestar contra a impunidade de policiais brancos implicados na morte de negros.

Um ano depois, o Ministério Público concluiu que a decisão da polícia de atirar em Rice foi justificada porque o jovem poderia ser considerado uma ameaça. Os jurados concordaram com esse ponto de vista.

A mãe de Tamir, Susan Rice, pedia que os dois policiais fossem condenados. "A família de Tamir está triste e desapontada, mas não surpresa. Durante meses, tornou-se claro que o promotor do condado de Cuyahoga, Timmothy McGinty, enganou e manipulou o grande júri, a fim de orquestrar um voto contrário à acusação", disseram em comunicado os advogados da família do menino morto. Eles também pediram que o Departamento de Justiça conduzisse sua própria investigação sobre a morte de Tamir. 

O não indiciamento dos policiais "não traz nenhuma respostas às perguntas fundamentais", segundo Brooks Cornell, presidente da NAACP, a maior organização de defesa dos direitos das pessoas negras dos Estados Unidos. Cornell pediu aos seguidores da NAACP a continuarem a luta "por Tamir Rice e muitos outros" diante dos tribunais e nas urnas. / AFP 

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