Políticos separatistas da Bélgica apoiarão plebiscito da Catalunha

Diversos membros do partido conservador Nova Aliança Flamenga (N-VA), que defende a separação da região de Flandres do país, estarão no plebiscito no domingo

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

BRUXELAS - Vários políticos do partido nacionalista flamengo N-VA estarão em Barcelona no domingo para apoiar o plebiscito de independência da Catalunha, afirmaram autoridades belgas nesta sexta-feira, 29. 

PUBLICIDADE

"Não haverá delegação oficial, mas está claro que vários responsáveis viajarão por conta própria", disse Anne-Laure Mouligneaux, porta-voz do partido conservador Nova Aliança Flamenga (N-VA). 

+ Entre Espanha e Catalunha, séculos de embate

O apoio à votação catalã, suspensa pelo governo espanhol, encontra eco nas lideranças do partido. "A atitude de Madri é estúpida e inaceitável: deixem os catalães votarem", escreveu no Twitter o presidente da N-VA e prefeito de Antuérpia, uma das maiores cidades do país. 

O Tribunal Constitucional, ao qual o governo conservador espanhol de Mariano Rajoy recorreu para impedir a consulta, proibiu a votação Foto: Bloomberg photo / Pau Barrena

Esse partido, parte da coalização governante da Bélgica, julga que as ações de Madri para impedir a celebração do plebiscito "limitam os direitos democráticos dos catalães". Para Mouligneaux, a atitude de Londres de permitir a votação dos escoceses foi "muito mais inteligente". 

A N-VA trabalha para a criação da "República Independente de Flandres", uma região do norte da Bélgica com língua holandesa - o restante do país fala francês e a capital, Bruxelas, é bilíngue. Apesar disso, desde sua entrada no governo liderado pelo francófono Charles Michel, deixaram em suspenso essa reivindicação. 

Habitada por uma população majoritariamente francófona, Bruxelas está encravada geograficamente na região de Flandres e, por isso, os flamengos a consideram sua capital histórica. Como solução à disputa, nos anos 1980, decidiu-se transformar Bruxelas em uma região bilíngue, não dependente de Flandres (região flamenga) nem da Valônia (região francófona), com suas próprias instituições, nas quais a minoria flamenga teria uma representação garantida.

Publicidade

Catalunha. A região representou 19% do PIB espanhol de 2016, competindo diretamente com a capital Madri (18,9%) para ser a região mais rica do país. A Catalunha é, de longe, a principal região exportadora da Espanha, com cerca de 25% das vendas do país ao estrangeiro em 2016 e no primeiro trimestre de 2017.

+ Piu piu vira símbolo de separatistas catalães

Uma pesquisa de opinião de julho, realizada pela administração regional da Catalunha, indicou que 41% desejam a separação e 49,4% não querem saber de independência. Esses eleitores estão dispersos entre os 7,5 milhões de habitantes da região e são em grande parte espanhóis ou descendentes nascidos em outras partes do país.

Muitos afirmam simpatizar com causas independentistas, como o fim da monarquia e a adoção da república, mas não concordam com a criação de uma fronteira. / AFP e EFE

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.