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‘Por que só a Turquia ajuda?’, questionam somalis

País retirou feridos em ataque para tratá-los em hospitais de Ancara e tem enviado ajuda médica e humanitária

Atualização:

MOGADÍSCIO - A rápida resposta da Turquia ao mais mortal dos bombardeios com uso de caminhões já ocorrido na Somália atraiu elogios de sobreviventes e funcionários, que se referiram a Ancara como “o único genuíno parceiro internacional” do país. É um desafio implícito dirigido aos países ocidentais que gastam bilhões em segurança, mas que não acorreram em ajuda, na opinião de muitos somalis. 

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“Sempre que há um problema, a Turquia nos ajuda. Onde estão os outros países?”, diz um popular desenho animado que circula nas mídias sociais somalis. Dentro do prazo de 48 horas após as duas grandes explosões que atingiram Mogadíscio no sábado, uma aeronave de socorro turca aterrissou na capital marcada pela batalha e pegou dezenas de somalis feridos para transportá-los para a Turquia para tratamento gratuito.

Civis nas proximidades do distrito de Hodan, em Mogadíscio, alvo de ataque terrorista em 14 de outubro. Foto: Feisal Omar/Reuters

O ministro da Saúde turco também se apresentou com cirurgiões que se puseram a trabalhar de imediato nos hospitais. Ancara tem investido pesadamente na Somália nos últimos cinco anos. O país está com um olho em oportunidades econômicas, caso a estabilidade um dia retorne ao país, e outro dando um polimento na imagem do presidente Recep Tayyip Erdogan como um promotor do islamismo solidário.

“A Turquia é a melhor amiga da Somália e eles foram os primeiros a nos ajudar depois da explosão”, afirmou Abdiasis Ahmed, universitário que teve um amigo com a coluna fraturada levado para a Turquia.

Gratidão. Altos funcionários do governo somali também compararam a velocidade e a escala da ajuda da Turquia com a de parceiros estrangeiros da Somália, incluindo os vizinhos Quênia e Djibuti, os Estados Unidos e as Nações Unidas. “A Turquia é o nosso único irmão genuíno”, declarou o ministro da Informação da Somália, Abdirahman Omar Osman. / REUTERS e AP

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