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Turquia antecipará eleições após fracasso na tentativa de formar coalizão

De acordo com o primeiro-ministro, o governista Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP) não conseguiu resolver as divisões com o Partido do Povo Republicano (CHP)

Atualização:

ANCARA - O primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, afirmou nesta quinta-feira, 13, que as conversas para se formar um governo de coalizão com o principal partido oposicionista fracassaram. Com isso, Davutoglu abriu caminho para eleições antecipadas dentro de alguns meses, num contexto de incertezas políticas e crescentes distúrbios.

O governista Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP) não conseguiu resolver as divisões com o Partido do Povo Republicano (CHP), afirmou Davutoglu, após uma reunião de uma hora e meia com o líder oposicionista Kemal Kilicdaroglu em Ancara. "O resultado é que este diálogo deve continuar, mas não há espaço para estabelecer uma parceria de governo", disse Davutoglu. "Eleições antecipadas são uma forte possibilidade."

O primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, do AKP, fala com a imprensa Foto: AP

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A melhor esperança de uma coalizão na Turquia se desfaz num momento de pressão em várias áreas. As ameaças de segurança são crescentes, com a escalada na guerra em duas frentes contra o Estado Islâmico e os insurgentes curdos, que deixou muitos mortos no mês passado.

Uma quarta eleição em menos de dois anos ameaça desestabilizar mais a já polarizada sociedade do país. Além disso, a desaceleração econômica atinge a confiança do investidor, levando a lira à mínima recorde diante do dólar. Davutoglu comprometeu-se a evitar um vácuo de liderança, dizendo que a Turquia não ficará sem governo, enquanto passa por "um período muito difícil". O premiê disse que tentaria uma coalizão com o direitista Partido Movimento Nacionalista. Caso não ocorra um acordo, Davutoglu deve convocar eleições. Os nacionalistas impuseram várias condições para a coalizão, o que torna uma solução difícil. O AKP perdeu parte de seu controle do poder nas eleições de 7 de junho, ao não conseguir a maioria no Parlamento de 550 membros em Ancara. O apoio nacional ao partido recuou de 50% nas eleições gerais de 2011 para 41% nas últimas eleições. / DOW JONES NEWSWIRES 

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