Premiê do Japão se diz preparado para 'longa batalha' da crise nuclear

Governo promete recursos para lidar com situação na usina de Fukushima e ajudar vítimas de tremor

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TÓQUIO - O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, disse nesta sexta-feira, 1º, que está pronto para "a longa batalha" a ser enfrentada até que seja controlada a situação na usina nuclear de Fukushima, mas está convencido de que o país vai superar a crise nuclear, a mais séria desde o desastre de Chernobyl em 1986, para o que prometeu recursos.

 

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"Estou preparado para uma batalha longa por causa da usina nuclear de Fukushima, e para vencê-la", declarou Kan em transmissão televisiva em rede nacional. As declarações foram feitas três semanas desde que um forte terremoto e um tsunami no nordeste japonês desencadearam a crise. "Não podemos dizer se a usina foi estabilizada o suficiente. Mas estamos nos preparando para todos os tipos de situação e estou convencido de que a usina pode ser estabilizada", disse Kan, prometendo um orçamento para o alívio dos danos do tremor até o final de abril. Enquanto a Tokyo Electric Power Company (Tepco), operadora da usina, tenta retomar o controle do complexo nuclear diante das críticas públicas crescentes, há relatos de que o governo pretende reaver o controle das instalações. Kan disse que o governo tem que apoiar a empresa "responsavelmente", já que esta tem obrigação de oferecer indenizações pelo acidente, mas afirmou querer que a empresa continue a "trabalhar duro como empresa privada". A crise nuclear japonesa começou imediatamente após o terremoto, no último dia 11, quando os reatores do complexo de Fukushima sofreram danos e vazaram material radiativo na região. A Agência de Segurança Nuclear e Industrial do Japão (NISA na sigla em inglês) diz que a radiação pode estar vazando continuamente para o mar. Radiação 4 mil vezes acima do limite legal foi detectada na água do mar perto da usina à medida que água contaminada usada para resfriar as hastes dos reatores vaza no oceano. Alto níveis de radiação também foram registrados fora da zona de exclusão de 20 quilômetros estabelecida pelo governo em relação à usina, o que aumentou a pressão para que as autoridades amplie a área de restrição.

 

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