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Premiê do Líbano desiste de renúncia após obter acordo com partidos de seu governo

Saad Hariri retirou sua demissão um mês após anúncio ser feito desde a Arábia Saudita; governo libanês concordou em se afastar de conflitos no mundo árabe

Atualização:

BEIRUTE - O primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, voltou atrás nesta terça-feira, 5, e retirou sua renúncia, um mês depois da decisão que surpreendeu o Líbano e a comunidade internacional, afirmando que os integrantes de seu governo concordaram em se manter afastados dos conflitos em países árabes.

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"O Conselho de Ministros agradeceu ao primeiro-ministro por ter anulado sua demissão", afirmou o governo em um comunicado lido pelo próprio Hariri. 

Primeiro-ministro libanês (centro do lado esquerdo) participa de reunião de gabinete e anuncia retirada de sua renúncia Foto: AFP PHOTO / JOSEPH EID

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No dia 21 de novembro, Hariri regressou a Beirute, quase três semanas após anunciar sua demissão em uma transmissão feita desde a Arábia Saudita de forma inesperada. 

O fato de Hariri anunciar sua demissão a partir de Riad e permanecer na Arábia Saudita durante duas semanas causou muitas dúvidas. O presidente libanês, Michel Aoun, chegou a acusar os sauditas de manter Hariri como "refém", o que foi negado pelo próprio premiê e pelo governo saudita.

Após anunciar a renúncia, Hariri já havia dito que poderia voltar atrás, forçando então todos os partidos que fazem parte do governo libanês a aderirem à política de estado de "dissociação" dos conflitos regionais.

"Todos os componentes políticos do governo decidiram se dissociar dos conflitos, disputas, guerras ou crises internacionais com os países árabes irmãos, em nome de preservar as relações econômicas e políticas do Líbano", afirmou Hariri. 

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O anúncio da renúncia havia colocado o Líbano de volta a uma disputa regional entre Arábia Saudita - sua aliada de longa data - e seu adversário Irã. Teerã apoia o grupo armado xiita Hezbollah, que faz parte do governo libanês e o qual a Arábia Saudita acusa de criar conflitos no mundo árabe. / AFP e REUTERS

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