Premiê espanhol pede em artigo que se apoie a imprensa opositora venezuelana

Conservador Mariano Rajoy ressaltou no jornal El País que trabalhadores de mídia são ‘perseguidos’ pela Justiça da Venezuela

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Por Redação
Atualização:

MADRI - O primeiro-ministro espanhol, o conservador Mariano Rajoy, pediu neste sábado, 21, em um artigo de opinião que se "apoie expressamente" os meios de comunicação opositores ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmando que trabalhadores de mídia são "perseguidos" pela Justiça do país.

"Temos que apoiar expressamente a imprensa venezuelana, como vem fazendo o meu governo", escreveu o premiê em um artigo intitulado "Ajudar a um povo irmão", publicado pelo jornal de centro-esquerda El País.

O presidente do governo da Espanha, Mariano Rajoy, está convencido de que o Reino Unido decidirá permanecer na União Europeia porque "é o melhor para todos os britânicos e europeus" Foto: REUTERS/Andrea Comas

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O executivo de Rajoy, no poder desde o final de 2011, "concedeu visto de residência por circunstâncias excepcionais a jornalistas, diretores e donos de meios de comunicação que o solicitaram após serem privados dos seus passaportes e perseguidos por um poder judicial submisso", afirmou no artigo.

Entre eles, mencionou Miguel Henrique Otero, presidente do jornal El Nacional, Nelson Rivera, diretor do Papel Literario, Mariana Otero e Beatriz de Majo, acionista e colunista, respectivamente, do mesmo jornal, além de Guillermo Zuloaga, ex-presidente do canal Globovisión, para o qual a Justiça venezuelana emitiu duas ordens de prisão.

O governo espanhol, que há anos vive uma tensão diplomática crescente com o regime de Maduro, decidiu na sexta-feira conceder a nacionalidade espanhola ao empresário venezuelano Luis Carlos Serra Carmona, assim como à sua mulher e aos seus dois filhos.

Serra Carmona é diretor do El Nacional, "cujas investigações jornalísticas relacionadas com o regime bolivariano" resultaram em uma denúncia contra ele na Justiça, explicou a número dois do executivo espanhol, Soraya Saénz de Santamaría.

O governo também decidiu naturalizar a irmã e o cunhado do líder opositor Leopoldo López, Cristina López e Hernán José Cifuentes, por considerar que vivem "uma dramática situação pessoal e familiar como consequência da perseguição e o acosso político que seu irmão (...) e seu pai (Leopoldo Ernesto López Gil) sofrem injustamente".

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López Gil, que em 2015 recebeu a nacionalidade espanhola junto com sua esposa, Antonia del Coromoto Mendoza Coburn, "é objeto da fustigação chavista inclusive na Espanha", disse Rajoy no artigo, se referindo a um ato organizado em maio na comunidade autônoma de Astúrias, ao norte do país, a favor dos presos políticos venezuelanos, no qual López Gil foi "vaiado" e "insultado".

Maduro denunciou na terça-feira em Caracas uma "brutal" campanha dos meios de comunicação espanhóis contra ele, pela qual responsabilizou opositores venezulanos estabelecidos em Madri. /AFP

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