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Premiê japonês diz estar 'lutando contra o tempo' para libertar reféns

Líder retornou a Tóquio de viagem de seis dias ao Oriente Médio pouco antes do previsto e convocou reunião de gabinete

Atualização:

TÓQUIO - O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmou nesta quarta-feira, 21, que seu país faz tudo o que pode para libertar os reféns do grupo Estado Islâmico (EI), que ameaçava matá-los em 72 horas quando um vídeo foi divulgado, na terça-feira. O premiê retornou a Tóquio de uma viagem de seis dias ao Oriente Médio um pouco antes do previsto e convocou uma reunião de gabinete logo depois de chegar. "Estamos lutando contra o tempo e faremos todos os esforços e usaremos todas as vias diplomáticas que conseguirmos para libertar os dois", afirmou ele. Abe disse que realiza consultas com os líderes da região. Um comboio levando o enviado japonês, o vice-ministro das Relações Exteriores Yasuhide Nakayama, saiu da embaixada japonesa na capital da Jordânia, Amã, nesta quarta-feira, dirigindo-se para uma localização desconhecida na cidade. Ele deixou a comitiva de Abe no Oriente Médio e foi enviado para Amã para cuidar da situação. O primeiro-ministro e outras autoridades japonesas negaram-se a discutir se o Japão vai ou não pagar o resgate pelos reféns, o jornalista freelancer Kenji Goto, de 47 anos, e Haruna Yukawa, fundador de uma empresa de segurança privada, que tem 42 anos. O grupo Estado Islâmico exigiu US$ 200 milhões de resgate em vídeo postado na internet na terça-feira, no qual um militante mascarado segura uma faca perto dos dois reféns, que estão ajoelhados. O porta-voz do governo, Yoshihide Suga, confirmou que o Japão acredita que a ameaça é autêntica. "O objetivo do Japão não é matar o povo muçulmano, como afirma o grupo", disse Suga. "Nós pedimos fortemente que eles não façam mal aos dois japoneses e os libertem imediatamente. Abe tem escolhas limitadas, dentre elas pagar abertamente os extremistas ou pedir a um aliado, como os Estados Unidos, que tente uma arriscada ação de resgate no interior da Síria. As Forças Armadas japonesas operam apenas com capacidade de autodefesa em seu próprio país. O primeiro-ministro e outras autoridades do governo não disseram diretamente se o Japão estuda o pagamento de resgate. Mas eles mostram-se irredutíveis no que diz respeito ao fornecimento de ajuda não militar para a região. "Nunca cederemos ao terrorismo", afirmou Abe. / Associated Press

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