O preparativos para execução de traficantes de droga estrangeiros na Indonésia agravaram as relações deste país com a Austrália. Dois australianos acusados de tráfico de drogas chegaram nesta quarta-feira, 4, a uma prisão na Indonésia onde deverão ser fuzilados junto com outros sete estrangeiros, apesar dos apelos de clemência por parte dos governos. Um indonésio também deverá ser executado.
Os preparativos na prisão de segurança máxima da ilha Nusakambangan já terminaram, segundo informou na tarde desta quarta-feira o procurador-geral Muhammad Prasetyo, que não quis detalhar quando ocorrerão as execuções.
Além dos dois australianos, um espanhol também foi transferido para a prisão na principal ilha de Java. Outros dois nigerianos, uma filipina e quatro homens do Brasil, da França, de Gana e da Indonésia também deverão ser executados. Até então, não se sabe quantos foram levados à ilha.
As sentenças azedaram as relações entre Indonésia e os demais países envolvidos, em especial Austrália e Brasil. O presidente Joko Widodo recebeu chamadas telefônicas de alguns líderes estrangeiros que pediam o cancelamento das execuções, mas ele recusou as petições.
"Milhões de australianos estão se sentindo mal com a perspectiva de execução de Myuran Sukumaran e Andrew Chan", disse o primeiro-ministro da Austrália Tonny Abbott próximo a Canberra nesta quarta.
O secretario do gabinete Andi Widjajanto disse que o governo é particularmente cuidadoso sobre o impacto na relação com outros países.
A Austrália pediu clemência várias vezes para Andrew Chan, de 31 anos, e Myuran Sukumaran, de 33, que foram presos em abril de 2005 quando traficaram mais de 8 quilos de heroína de Bali a Austrália.
O governo indonésio chamou de volta seu recém-nomeado embaixador no Brasil, Toto Riyanto, na semana passada depois que a presidente Dilma Rousseff diferiu a aprovação de suas credenciais em meio às tensões pela iminente execução do brasileiro Rodrigo Gularte, de 42 anos.
A Indonésia executou em janeiro seis pessoas acusadas de narcotráfico, incluindo estrangeiros./AGÊNCIAS INTERNACIONAIS