Presidente colombiano afirma que diálogo com ELN começará quando ex-deputado for libertado

Início das conversas formais está previsto para esta quinta-feira, mas entrega de reféns foi condição imposta pelo governo

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BOGOTÁ - O ministro do Interior da Colômbia, Juan Fernando Cristo, afirmou nesta quinta-feira, 27, que o presidente Juan Manuel Santos decidiu adiar a abertura da fase pública de negociações com o Exército da Libertação Nacional (ELN), segunda maior guerrilha do país, até a libertação do ex-deputado Odín Sánchez Montes de Oca, sequestrado há seis meses. 

"A decisão que tomou o senhor presidente é que enquanto não tivermos certeza de que Odín Sánchez está são e salvo, com sua família e de volta aos braços da sociedade chocuana, não será instalada a mesa de negociações no Equador", explicou o ministro. 

Os negociadores das delegações do governo colombiano, Mauricio Rodríguez (E) e da guerrilha ELN, Pablo Beltrán, se cumprimentam após anuncio da instalação da mesa de negociações Foto: EFE/CRISTIAN HERNÁNDEZ

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A negociação de paz com o ELN é considerada pelo governo colombiano a chance de alcançar a "paz completa", após o acordo fechado com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Durante mais de dois anos, Bogotá e ELN realizaram conversas secretas para implementar uma agenda de negociações.

A guerrilha anunciou há duas semanas que iniciaria a libertação de reféns "com dois casos até 27 de outubro". A entrega dos reféns sempre foi uma exigência do governo para realizar as conversas. Na segunda-feira 24, o chefe negociador do governo, Juan Camilo Restrepo, exigiu em tom de ultimato a libertação de Odín Sánchez.

Um porta-voz da Igreja Católica próximo às negociações afirmou na terça que o procedimento estava "encaminhado", por isso ainda há a expectativa de que o político seja solto ainda nesta quinta. Em seguida, as negociações começariam. Além de Odín, fontes eclesiásticas disseram à AFP que o médico Édgar Torres também está nas mãos do ELN no departamento (Estado) de Chocó.

Até agora não se sabe o número exato de reféns da guerrilha, que pegou em armas em 1964 e que conta com 1.500 combatentes, segundo números oficiais. /AFP e EFE

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