Presidente da Colômbia diz que vê 'luz no fim do túnel' em negociações de paz com as Farc

No fim de mais um ciclo de negociação com em Havana, partes concordam em adotar medidas para reduzir a intensidade do conflito no país e agilizar o processo de paz

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BOGOTÁ - O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou no domingo, 12, que após quase 32 meses de negociações em Cuba com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) começa a ver a "luz no fim do túnel" para a paz no país.

"Isto me enche de confiança e de esperança, vamos conseguir essa paz que foi tão esquiva", afirmou o chefe de Estado em pronunciamento ao país.

Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, se mostrou esperançoso sobrenegociação com as Farc em pronunciamento ao país Foto: EFE/EFRAÍN HERERA

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Também no domingo, o governo colombiano e as Farc estabeleceram um plano para reduzir a intensidade do conflito no país e agilizar o processo de paz. As partes se propõem a criar as condições para chegar a um acordo sobre um cessar-fogo bilateral e definitivo, para o que solicitarão o acompanhamento de um delegado do secretário-geral das Nações Unidas e outro da presidência da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

O governo da Colômbia se comprometeu a iniciar a partir de 20 de julho "um processo de diminuição das ações militares", em correspondência com a trégua unilateral de um mês a partir dessa data já anunciada pelas Farc.

O governo advertiu, no entanto, que continuará garantindo a proteção dos colombianos e "em nenhum caso tolerará que nenhuma organização à margem da lei exerça coerção sobre as comunidades mediante o uso das armas".

Em quatro meses a partir de 20 de julho, as delegações do governo e as Farc realizarão uma primeira avaliação tanto do cumprimento das medidas de diminuição do conflito como dos resultados do acordo para agilizar a negociação.

O anúncio foi realizado no encerramento do 38º ciclo das conversas de paz entre governo e guerrilha, em um ato no qual participaram os negociadores de ambas partes e os representantes dos países fiadores do processo, Cuba e Noruega, e dos acompanhantes, Venezuela e Chile.

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O objetivo das partes com este plano é "fortalecer a confiança dos colombianos no processo de paz" e também entre as delegações negociadoras; agilizar a construção de acordos nos pontos restantes do roteiro que rege as negociações e criar as condições para um cessar-fogo bilateral e definitivo.

Governo e Farc decidiram "fazer todos os esforços necessários para chegar sem demoras à assinatura de um acordo final" e para isso mudarão a metodologia de suas negociações "por um trabalho técnico, contínuo e simultâneo sobre os pontos centrais da agenda" do processo.

Também pretendem "concordar sem demoras os termos" do cessar-fogo bilateral, incluindo um sistema de verificação com o acompanhamento dos citados delegados das Nações Unidas e da Unasul, "sem prejuízo" da participação no futuro de outras organizações ou países. / EFE

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