PUBLICIDADE

Presidente da Ucrânia marca eleição parlamentar para 26 de outubro

A decisão de Poroshenko era esperada desde que o governo de coalizão ucraniano foi desfeito em 24 de julho

Por RICHARD BALMFORTH
Atualização:
"Tomei a decisão de dissolver o Parlamento para a realização de eleições de 26 de outubro", declarou Poroshenko Foto: Serguey Dolzheko/EFE

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, dissolveu o Parlamento nesta segunda-feira e anunciou uma eleição em 26 de outubro no país, envolvido em uma guerra com separatistas pró-russos que levou a uma deterioração inédita nas relações com a Rússia.

PUBLICIDADE

A decisão de Poroshenko era esperada desde que o governo de coalizão ucraniano foi desfeito em 24 de julho.

Poroshenko e seu gabinete, cujas políticas pró-Europa têm irritado o Kremlin, esperam até outubro estabilizar a situação no leste o suficiente para realizar uma votação relativamente normal que dará a eles uma maior legitimidade e uma posição melhor para negociar com a Rússia.

"Tomei a decisão de dissolver o Parlamento para a realização de eleições de 26 de outubro", declarou Poroshenko em uma nota no Twitter na qual exortou todos os ucranianos a votar.

Ele e seus apoiadores liberais buscam apoio à linha dura que adotaram na guerra com os rebeldes e nas políticas de integração com a Europa, origem do confronto com o governo russo.

Moscou, irritada com a deposição do ex-presidente pró-Rússia Viktor Yanukovich, que fugiu na esteira da morte de mais de 100 manifestantes em Kiev pelas mãos de atiradores de elite da polícia, anexou a península da Crimeia em março.

A liderança de Poroshenko acusa Moscou de estar por trás das rebeliões no leste da Ucrânia, o que Moscou nega.

Publicidade

Em um comunicado aos seus compatriotas em seu site na noite desta segunda-feira, Poroshenko expressou esperança de que a eleição expulse grande parte da “velha guarda” que apoiava Yanukovich e produza uma coalizão capaz de realizar reformas econômicas e políticas vitais depois de anos de corrupção e negligência.

“Durante um ano e meio, o atual Parlamento apoiou Yanukovich, e justamente a maioria destes deputados adotou leis ditatoriais que roubaram a vida dos 'Cem Celestiais'”, disse, referindo-se aos manifestantes mortos, que adquiriram a aura de mártires em Kiev.

“Alguém tem que assumir a responsabilidade disto – criminal e política", afirmou.

O momento do anúncio da nova eleição teve o objetivo de enviar ao presidente russo, Vladimir Putin, e às autoridades da União Europeia a mensagem de que a Ucrânia está se estabilizando e criando estruturas democráticas depois da má administração dos anos Yanukovich.

(Reportagem adicional de Natalya Zinets e Pavel Polityuk)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.