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Presidente do Equador retira funções de vice envolvido em denúncias de corrupção

Mediante decreto, Lenin Moreno, o sucessor de Rafael Correa, tirou Jorge Glas de comissões que supervisionam o setor tributário e produtivo dentro do governo

Atualização:

QUITO - Em meio à crescente pressão sobre seu vice-presidente, Jorge Glas, envolvido em denúncias de corrupção, o presidente do Equador, Lenín Moreno, retirou nesta quinta-feira, 3, as atribuições do parceiro de chapa no governo equatoriano. Mediante decreto, o sucessor de Rafael Correa tirou Glas de comissões que supervisionam o setor tributário e produtivo dentro do governo, além da entidade responsável por coordenar a reconstrução de áreas afetadas por um terremoto no ano passado.  Mais cedo, Glas negou que pretende renunciar ao cargo. Na semana passada, ele depôs na Procuradoria-Geral da República sobre denúncias de corrupção. "Fui eleito para quatro anos e cumprirei meu mandato", disse Glas.

O presidente equatoriano, Lenin Moreno, usou as redes sociais para rebater críticas e convocar militância do partido a 'revolucionar a revolução' Foto: AFP PHOTO / JUAN CEVALLOS

Na quarta-feira, o vice-presidente acusou o companheiro de chapa de romper com a Revolução Cidadã, de Correa, e de se aliar a inimigos do Movimento Alianza País, o partido do governo, como a imprensa e entidades empresariais.  Glas, que também foi vice-presidente de Correa entre 2013 e 2017, acusou o presidente de “contrariar totalmente” princípios do partido. Entre outras coisas, ele reprovou uma suposta aliança de Moreno ao grupo do líder opositor Abdalá Bucaram e o acusou de entregar o controle dos veículos estatais a “representantes da mídia”, além de manipular “de maneira perversa os números da economia” durante a administração de Correa. Em resposta, Moreno usou as redes sociais do AP para, sem mencionar o nome de seu vice nem suas acusações, convocar a militância do partido a se unir e "revolucionar a revolução". Segundo a imprensa equatoriana, a procuradoria investiga Glas por peculato. Outras 20 pessoas ligadas ao governo equatoriano também estão sob suspeita.  Denúncia. As investigações começaram depois de a Controladoria-Geral da República ter encontrado indícios de irregularidades em um contrato de prestação de serviços com o consórcio DGC, da companhia Dygoil.  Após ter sido eleito em um apertado primeiro turno contra o empresário Guillermo Lasso, Moreno suavizou algumas das políticas de Correa e prometeu combater com afinco a corrupção, especialmente denúncias relacionadas às obras da Odebrecht no Equador – a empresa diz estar colaborando com as investigações. O novo presidente equatoriano também reverteu algumas das políticas econômicas de Correa, em uma sinalização de que poderia liberalizar alguns setores da economia. Antes de partir para um ano sabático na Bélgica, Correa trocou uma série de farpas com Moreno em redes sociais. /AFP

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