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Procuradora-geral da Venezuela diz que EUA querem financiar protestos

Senadores americanos apresentaram projeto prevendo ajuda de US$ 15 milhões para defesa dos direitos humanos

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Por Redação
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GENEBRA - A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, afirmou nesta sexta-feira, 14, que o dinheiro solicitado pelos legisladores americanos para defender os direitos humanos no país latino-americano será na realidade usado para financiar ações violentas.

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"Eles pediram dinheiro. Sem dúvida isso é para financiar essas ações violentas que vem acontecendo na Venezuela. Para comprar C-4, que é uma substância altamente explosiva", declarou Ortega em entrevista coletiva em Genebra.

Senadores americanos apresentam quinta-feira dois projetos para impor sanções à Venezuela, pedindo que Obama congele ativos de pessoas envolvidas na repressão e dê uma ajuda de US$ 15 milhões. A "Lei para a Defesa dos Direitos Humanos e da Sociedade Civil da Venezuela" diz que o dinheiro deve ser usado "para a defesa dos direitos humanos na Venezuela, a proteção dos veículos de comunicação independentes e o fortalecimento da sociedade civil em defesa dos valores democráticos no país".

Consultada sobre se realmente acusava os legisladores americanos de querer financiar os protestos, Ortega respondeu: "Se estão pedindo dinheiro, US$ 15 milhões, para que mais é esse dinheiro?". A procuradora-geral afirmou que a legislação venezuelana proíbe o financiamento externo do ativismo político.

"Na Venezuela é proibido o financiamento para fazer política interna, que é particular dos venezuelanos. Puniremos os que receberem financiamento de governos estrangeiros para fazer política interna", advertiu.

Ortega acusou os EUA de quererem ser o "governante do mundo" e ameaçou fiscalizar ela mesma as ações americanas. "Os EUA são a polícia do mundo? Quem lhes deu autoridade para sancionar os países? São o tribunal do mundo? Porque nesse caso eu também vou assumir esse papel e questionar as ações em Guantánamo, a invasão do Vietnã, a invasão do Afeganistão, os atropelos que cometeu na América do Sul e América Central, o golpe de Estado no Chile, na Nicarágua e tantos outros que se me escapam", disse.

Em seguida, a representante venezuelana ressaltou que seu país é "independente e soberano" e respeita a autodeterminação dos povos. "Rejeitamos qualquer ingerência de qualquer país do mundo. Nós resolvemos nossos problemas e respeitamos o direito dos países do mundo de resolver seus conflitos. Queremos que nos respeitem", concluiu./ EFE

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