Procuradora-geral da Venezuela diz que governo está ameaçando sua família

Segundo Luisa Ortega, que condenou a convocação da Constituinte, ela também está sendo seguida por agentes da inteligência

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Por Redação
Atualização:

CARACAS -A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega, disse nesta segunda-feira que sua família recebeu ameaças por telefone e estava sendo seguida por agentes da inteligência após romper com o governo por conta da tentativa de reescrever a Constituição da época do presidente Hugo Chávez, morto em 2013.

Luisa Ortega, que por anos aparentou estar intimamente em linha com o governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), questionou nas semanas recentes a maneira como o presidente Nicolás Maduro lida com os protestos da oposição e desafiou seu plano de reescrever a Constituição.

Procuradora-Geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, voltou a mostrar sinais de ruptura com o governo Maduro e defendeu Constituição promovida por Hugo Chávez em 1999 Foto: REUTERS/Marco Bello

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“Alguém está ameaçando minha família”, disse Ortega em entrevista em rádio. “Eles me incomodam, eles me seguem, carros de patrulha que parecem do Sebin”, disse, se referindo ao Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional da Venezuela.

Autoridades estatais realizaram uma série de ataques verbais contra Ortega, variando de perguntas sobre sua sanidade mental a acusações de que estaria promovendo violência.

Ortega desafiou com sucesso em abril uma decisão do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela para assumir os poderes do Congresso, liderado pela oposição, tornando-a a autoridade em exercício de maior escalão em anos a romper abertamente com o partido governista.

Em maio, ela criticou o governo por julgar manifestantes civis em tribunais militares e pediu limitações das forças da segurança ao dispersar manifestações, atraindo a ira de autoridades estatais que definem os protestos como esforços violentos para derrubar Maduro.

Na semana passada elaapresentou no Tribunal Supremo um recurso contra o plano de Maduro de eleger um super-órgão legislativo conhecido como Assembleia Constituinte, que possui o poder de reescrever a Constituição e em alguns casos dissolver instituições estatais. O Tribunal Supremo rejeitou nesta segunda-feira a objeção. / REUTERS

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