Promotores do caso Moussaoui poderão pedir pena capital

A juíza paralisou o julgamento para decidir se seguia adiante com o processo após a detecção de irregularidades com as testemunhas

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Por Agencia Estado
Atualização:

A juíza Leonie Brinkema autorizou nesta terça-feira a continuação do julgamento de Zacarias Moussaoui, único processado nos EUA pelos atentados de 11 de setembro de 2001. A decisão permite que o governo americano continue pedindo a pena de morte para Moussaoui. Na segunda-feira, Brinkema suspendera temporariamente o julgamento, que estava em sua quinta audiência. A paralisação aconteceu depois que a Promotoria confirmou que Carla Martin, uma advogada do governo, dissera a sete futuras testemunhas o que outras pessoas tinham declarado anteriormente, o que viola os regulamentos processuais. No dia 22 de fevereiro, a juíza havia proibido que as testemunhas acompanhassem os procedimentos judiciais antes de testemunharem. Ela interrogou sete testemunhas-chave no julgamento de Moussaoui para decidir se seguia adiante com o processo após a detecção das supostas irregularidades A juíza decidiu que nenhum dos testemunhos sobre medidas de segurança de aviação serão permitidos durante o julgamento. A Promotoria já havia afirmado anteriormente que a exclusão desses testemunhos comprometeria o caso. Brinkema afirmou que as medidas adequadas não envolviam a proibição da pena de morte como uma punição possível, mas o reconhecimento de que partes do caso que envolvem as medidas de segurança de aviação estavam "irremediavelmente contaminadas". Depois da audiência ela ordenou que o júri retornasse ao tribunal na quarta-feira. O promotor Rob Spencer disse imediatamente à juíza que o governo se opunha a retirada dos testemunhos e provas e iria recorrer à decisão. Moussaoui, o único julgado nos Estados Unidos por participação nos atentados de 11 de setembro de 2001, se declarou, em 2005, culpado de ser membro da rede terrorista Al-Qaeda. Ele disse que se matriculou numa escola de aviação para participar de futuros ataques. Em abril de 2005, o acusado, de 37 anos, afirmou que tinha sido escolhido especialmente pelo líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, para realizar atentados em território americano.

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