Promotoria pede 40 anos de prisão para ex-chefe do Khmer

Duch é o 1º membro da cúpula julgado desde o fim do regime ultracomunista que matou mais de 1,7 milhão

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Por Efe
Atualização:

A promotoria do tribunal internacional para o genocídio do Camboja pediu nesta quarta-feira, 25, uma pena de 40 anos de prisão para o chefe torturador do Khmer Vermelho, Kaing Guek Eav, conhecido como "Duch" e ex-diretor do centro de torturas da organização maoista. Duch dirigiu entre 1975 e 1979 a prisão secreta de Tuol Sleng, também conhecida como S-21 e pela qual passaram mais de 12 mil antes de serem executados no local ou em campos de extermino de Choeung Ek, aos arredores da capital.

 

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Os fiscais optaram por não solicitar a sentença máxima de prisão perpétua. Durante todo o processo, o chefe torturador do Khmer Vermelho admitiu sua responsabilidade pelos atos de barbárie e pediu perdão às vítimas. Mas a promotoria lhe recrimina que "ainda não admite que o fez por vontade própria e insiste em assegurar que foi porque cumpria ordens ou que atuava sob a ameaça de seus superiores".

 

Duch é o primeiro membro da cúpula do Khmer a ser julgado desde a queda do regime ultracomunista de Pol Pot que provocou a morte de pelo menos 1,7 milhão de cambojanos, o equivalente a um quinto da população do país na época. O regime do Khmer é acusado de promover um dos mais sangrentos massacres do século 20, considerando o porcentual da população afetada pelas execuções, prisões e tortura.

 

Ainda devem ser julgados Khieu Samphan, ex-presidente da República Democrática de Kampuchea; Nuon Chea, "irmão número dois" e ideólogo da organização; Ieng Sary, ex-ministro de Assuntos Exteriores; e sua esposa Ieng Thirit, ex-titular de Assuntos Sociais. Pol Pot morreu na selva cambojana em 1998, quando o Khmer Vermelho estava à beira do desaparecimento pelas deserções e lutas internas.

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